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sexta-feira, 27 de maio de 2011

São João Maria Vianney – O zelo por sua missão

O padre passa a maior parte de seu tempo na capela, dedicando-se à oração e, também, à Eucaristia, à catequese e, principalmente, às confissões, que o tornaram conhecidos além das fronteiras da pequena cidade.
Zeloso de sua missão gostava de ter sempre a sua capela sempre limpa e organizada para receber os paroquiano e aos que vinham em peregrinação. Para agradar a Deus nada era demais e dedicava-se integralmente a levar a palavra de Deus a todos. Para tanto buscava valorizar tanto a Liturgia da Palavra quanto ele valorizava a Liturgia Eucarística. A sua pregação versava sobre as obrigações do Cristão para consigo, com o próximo e para com Deus. Pedia sempre a todos para que se esforçassem para conquistar os céus e evitar o inferno, além de exigir um comportamento adequado no interior da igreja por respeito à Presença Real de Cristo na Eucaristia.

Também buscou os jovens para levá-los ao caminho que conduzia aos céus, atraindo-os para o catecismo. Exigente, só aceitava que fizesse a primeira comunhão aquele que repetisse de cor todo o conteúdo do catecismo, além de insistir para que estes rezassem o rosário. Estas exigências fizeram com que os jovens de Ars fossem reconhecidos como os mais instruídos de toda a comarca.
O zelo de pe. Vianney por sua missão o levou a ser conhecido pelo rigor moral no anúncio de Cristo e no combate a tudo que afastasse a sua comunidade de Deus. E fora com extremo rigor que ele combateu os cabarés da localidade, patrocinadores de bailes e de diversões libidinosas.  Tudo era motivo para se promover bailes, o que atraia pessoas de vários lugares. Mas ele foi impiedoso com os seus freqüentadores e do púlpito vociferava: “Pobre gente, como sois infelizes. Segui vosso caminho rotineiro; segui-o, que o inferno vos espera”. O alvo era todo aquele que preferia comparecer aos cabarés ao invés de freqüentar as missas, ameaçado não merecer o caminho do céu. Mas não eram apenas os freqüentadores que estavam ameaçados de achar o caminho do inferno, mas também todos os que abrissem uma taberna ou cabaré na região: “Vós vereis arruinados todos aqueles que aqui abrirem tabernas”, ameaçava do seu púlpito.
A sua campanha foi vitoriosa. Todos os cabarés da redondeza começaram a perder clientela e a cada dia diminuía a quantidade destes estabelecimentos abertos em Ars. Até as festas onde se realizavam danças, como as festas em homenagem ao padroeiro do local, foram combatidas por Pe. Vianney. A população entendia e atendia e passaram a evitar estes eventos que a cada dia iam escasseando e provocando a ira dos inimigos do padre e a decepção dos dançarinos freqüentadores do local.
O Cura D’Ars explicava que as pessoas deviam evitar estas ocasiões que podiam levá-las ao pecado e a dança era destes veículos que podia conduzir o cristão ao pecado. Ele afirmava que a dança transgredia a todos os mandamentos da Lei de Deus, sendo pecadores não apenas os dançarinos, mas a todos aqueles que acorriam ao local para apenas assistir. Chegou a erigir um altar em homenagem a São João Batista alertando a população de que o santo perdeu a sua cabeça devido a uma dança, referindo-se a Herodíades que pediu a cabeça de João em uma bandeja após uma dança. Após 03 anos de atividade no local Vianney pode dizer que sua paróquia servindo a Deus de todo coração e que havia nela um fervor religioso inexistente no momento de sua chegada. Após 6 anos dizia que “Ars não é mais a mesma!”.
Foram 25 anos de luta deste padre contra os bailes e os cabarés, além das diversões que ele não achava digno de um católico, até que os cabarés fecharam e os bailes desapareceram da região. Isto só foi possível porque a conversão dos que participavam dos pequenos grupos e o fervor com que viviam esta nova vida foi contaminando a muitos habitantes da região e a cada dia aumentavam o número de novos grupos. Nestes grupos observava-se a obediência a São Paulo: “Orai sem cessar” (1Ts 5, 17).
Mas o combate aos vícios, às blasfêmias, aos trabalhos aos domingos e à decadência moral nada tinha de agressivo, pelo contrário. Era um trabalho no qual semeava as boas práticas do católico: rezar antes e após as refeições, recitar o Ângelus, orações de manhã e à noite e participar das missas na igreja. Se a pessoa não pudesse ir à igreja que se ajoelhasse em casa e rezasse defronte a um quadro ou imagem religiosa, ao toque do sino. Ars se transformara em um centro de piedade e religiosidade, que, inclusive, passou a dedicar os domingos às orações. Os visitantes que passavam por esta cidade percebiam em seus habitantes semblantes serenos, típico de quem vive em união com Deus.
Lembrar que estas vitórias eram de um homem que quase não conseguiu ser ordenado devido a sua pouca cultura, mas possuidor de uma fé inabalável. Mesmo ordenado não obteve de imediato a permissão para confessar, pois seus superiores não achavam que ele teria condições de orientar os fiéis. Tinha dificuldades de conduzir uma homilia sem perder a linha de raciocínio e de conduzir uma catequese sem se atrapalhar. Muitas vezes não terminava suas homilias nem suas aulas, pois se atrapalhava totalmente. Mas compensava suas deficiências no confessionário, onde falava aos paroquianos e aos peregrinos do bom Deus que a todos oferecia Sua Misericórdia.
Continua na próxima semana.