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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mais uma mensagem de dia dos pais


Recebi outra mensagem antecipada de Dia dos Pais. Esta agora de minha filha mais velha, entrando na adolescência de corpo e alma.
Desta vez deixei de ser o super-heroi e já me sinto muito mais velho. Com esta mensagem me deparo com o real papel do pai, que deixa de ser o palhaço, o brincalhão para desempenhar um outro papel. 
Refletindo... passamos por várias etapas no papel de pai: o protetor, o palhaço, o professor, o psicólogo, o ator... e por aí vai seguindo a vida.
O mais importante de tudo é curtir cada momento que esta relação pai x filho proporciona. Cada fase da vida é única. E se você bobeia já perdeu aquele momento. E a má notícia é que este momento nunca se repetirá.

Ser pai é, acima de tudo, não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura
intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai é aprender, errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho,
fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de
viver para compreender e enfrentar.
Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo.
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos
sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam,
para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai é: saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.
Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia,
jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.
Ser pai é ser bom sem ser fraco.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição,
o seu lado fraco, desvalido e órfão.
Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar,
e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido
se faz na personalidade do filho,
sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância,
exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar
em receber. Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de
sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade
de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão
que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.
Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando
percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar
de ser importante.


É... acho que entendi. Ser Pai é ser Cristão, é ser Sábio, é ser heroi sem superpoderes.

Deus te abençoe, minha filha.