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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Todos os papas: 6 - Santo Alexandre (Mártir. Papa de 105 a 116)

Nascido em Roma, Alexandre foi o sexto papa da Igreja Católica, sucedendo a Evaristo, contando com apenas 30 anos de idade. Era de família nobre, bem conhecido na esfera política e apesar de sua juventude exercia forte influência sobre as pessoas. Era um homem com firmeza de personalidade, mas muito piedoso e de reconhecida santidade.
Alexandre instituiu a utilização de água benta para aspersão, costume até hoje preservado na Igreja. Estabeleceu também que na consagração se usasse pão sem fermento e decretou, também, que antes da consagração do vinho, este fosse misturado com água, demonstrando, assim, a união de Cristo com a Igreja.  Acrescentou à celebração da missa as palavras qui pridie quam pateretur (que no dia anterior Ele Sofreu).

Excomungou todos os que tentaram impedir os legados apostólicos de cumprirem as ordens do papa. Há textos afirmando que ele promoveu a ordenação de seis presbíteros, dois diáconos e cinco bispos. Também é o autor de três epístolas denominadas o primeiro tomo dos Concílios.
Suas pregações eram admiradas por muitas pessoas, o que permitiu que ocorressem muitas conversões, como a do governador romano Hermes e mais cerca de 1.500 pessoas que estavam em sua casa naquele momento, incluindo senadores e pessoas da nobreza romana.
A atuação determinada do papa Alexandre culminou com a sua prisão, devido a um mandado do imperador Aureliano. Mesmo preso continuou sua missão, realizando milagres e convertendo seus companheiros de prisão.
Alexandre é citado em muitos textos como tendo visões do Menino Jesus. Um dia em sua cela, Alexandre recebe uma visita de um menino com uma tocha acesa que ordenou que o seguisse. Obedeceu, após fazer uma oração. Seguiu a criança sem que nada obstruísse sua passagem nem o impedisse.
Foi guiado até a casa do tribuno Quirino, onde estava Hermes trancafiado. Hermes já havia dito a Quirino que seria visitado por Alexandre, mesmo estando ambos presos. No encontro os dois mártires se abraçaram e se animaram mutuamente a ceder suas vidas por Jesus Cristo.
Quirino estava impressionado por aquela cena e após a sua filha ser curada de uma grave doença pelo toque das mãos de Alexandre, se converteu de imediato ao cristianismo, juntamente com sua filha e todos os presentes. Alexandre ordenou que os sacerdotes Evêncio e Teódulo batizassem os convertidos naquele mesmo dia.
Ao saber do ocorrido o imperador Aureliano ordenou que todos os batizados fossem torturados e que Alexandre e os presbíteros Evêncio e Teódulo fossem levados à sua presença, para ordenar que eles também fossem punidos.
Os tormentos a que Alexandre e os presbíteros foram submetidos só aumentavam, mas nenhum deles renegou suas convicções, ao contrário, eles manifestavam cada vez mais  fé e amor a Deus. Aureliano perguntou a Alexandre por que nada falava naquele momento e ele respondeu: “quando um cristão cala, com Deus fala”.
Aureliano, continuando o martírio dos cristãos, mandou acender um forno onde colocou Alexandre e Evêncio, deixando Teódulo próximo à abertura da porta, para que vendo como se abrasavam,  se sacrificasse aos deuses romanos pelo temor de passar pelos mesmos martírios. Mas Teódulo não fraquejou e tomado pelo amor divino,  pediu para ser lançado com eles ao fogo.
De dentro do forno, Alexandre e Evêncio chamavam Teódulo e diziam que onde estavam não havia dor e nem tormento, mas refrigério e  descanso. Para espanto de Aureliano as chamas  não lhes causou mal algum e eles saíram do forno incólumes. 
Mas Aureliano não se deixou impressionar e ordenou que Evêncio e Teódulo fossem degolados.
Alexandre teve os seus membros atravessados com setas de metais muito agudas, para que a sua morte fosse mais cruel e dolorosa. No dia 03 de maio de 116, sob o império de  Adriano (Publius Aelius Traianus Hadrianus), Alexandre foi degolado e o seu corpo sepultado numa gruta.
Seus restos mortais foram transferidos para Freising, na Bavária, em 834 d.C.
O sexto Papa da Igreja deixou para a Igreja, uma bela herança de valiosas normas canônicas e de testemunho cristão em grau elevadíssimo. Foi o sexto a tombar em defesa da fé, foi canonizado, e é um dos santos comemorados no dia 3 de maio.