O dízimo é uma devolução a Deus de parte do que dEle recebemos. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes.. (Gen 28, 22)1
Sendo uma forma de o católico assumir a co-responsabilidade pela manutenção do Projeto de Deus na sua comunidade cristã e sendo, também, uma forma de manifestar a nossa fé, o dízimo não deve ser reduzido à uma questão meramente financeira. Se a Pastoral do Dízimo implantada na paróquia entender o dízimo apenas como fonte de renda, então é melhor alterar a sua forma de ação. O dízimo deve ser entendido como uma parte do processo de evangelização de uma comunidade cristã e não como uma “ajuda financeira” que se dá para manter a comunidade.
Dízimo não é taxa, não é imposto, não é mensalidade e não é uma imposição. O cristão deve saber, e é missão da Pastoral do Dízimo esclarecer, que o dízimo é uma devolução a Deus de uma parte do que a Ele pertence. Ele nos deu as graças e a Ele devemos ser gratos. Dízimo não é pago à Igreja; é devolvido a Deus. O dízimo é um ato de caridade, onde compartilhamos com a comunidade uma parte daquilo que recebemos de Deus.
Dízimo não é pagamento a Deus pelas graças recebidas nem pagamento para que Deus esqueça nossos pecados. Deus não estabeleceu uma empresa nem, tampouco, um balcão de negócios para negociar o preço de nossa salvação. Deus não tem uma empresa imobiliária para vender terrenos no céu.
O dízimo não é uma questão financeira, mas uma questão de fé. Antes de ser resolvido no bolso o dízimo deve ser resolvido no coração do fiel. Não se pode medir o tamanho da fé de uma pessoa pelo valor que ela oferta ou devolve através do dízimo.
Dízimo não se cobra. Dízimo não se paga. Dízimo se devolve. Por que? Porque tudo é do Pai. Pode estar em nosso poder, mas a Ele pertence. Quando devolvemos o dízimo reconhecemos Deus como Pai e cumprimos uma obrigação bíblica, o fazemos tendo a Igreja como intermediária.
Trazei o dízimo integral para o Tesouro, a fim de que haja alimento em minha casa. Provai-me com isto. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário. (Ml 3, 10)1
Perceber no dízimo um ato de louvor requer um trabalho de conscientização da parte dos responsáveis pela implantação do dízimo na comunidade. Plantar a semente é responsabilidade da Pastoral do Dízimo e com o tempo, este trabalho de evangelização trará os seus frutos: uma comunidade participativa, espírito fraterno, caridade, partilha e amor ao próximo. Com o tempo seremos à semelhança de Deus: generosos.
Convém lembrar: aquele que semeia pouco, pouco ceifará. Aquele que semeia em profusão, em profusão ceifará. Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria. (IICo 9, 6-7)1
Como diz o padre Francisco de Assis Maria: “O dízimo é pessoal, não deve ser visto como troca, mas sim: "Eu e Deus". Nós devolvendo a Deus, fazemos nossa parte.3
Cada fiel dizimista atribui uma percepção diferenciada sobre o valor do dízimo em sua vida. Por isto é que ouvimos diferentes conceituações sobre o dízimo de diferentes pessoas. Mas nenhum destes conceitos está certo ou errado, simplesmente é o que a pessoa percebe ou julga ser. Alguns dirão que o dízimo é um gesto de amor, outros dirão que é um gesto de partilha. Outros afirmarão que é expressão da fé, manifestações de responsabilidade com a Igreja, retribuição a Deus pelas graças recebidas, amor a Deus, devolução e vários outros conceitos. Todos estão certos. O que importa é que cada um faça sua devolução com alegria e consciente do que faz.
O que a Pastoral do Dízimo tem como objetivo é mudar a idéia de que o dízimo é dinheiro para o padre gastar como quiser ou que o dízimo é destinado ao pagamento de privilégios a poucos membros da panelinha da paróquia. O dízimo, deve ser bem explicado, não é dinheiro para ser gasto de qualquer forma, tem seus destinos certos e, quando bem gasto, traz benefícios para toda a comunidade.
1. Bíblia Católica. Bíblia Católica on line. Ed.Ave Maria. Disponível em http://www.bibliacatolica.com.br/01/1/1.php. Acesso em 03/05/2009.
2. MARIA, Pe Francisco de Assis. O Dízimo em nossa vida. Disponível em http://www.loreto.org.br/jan2004_dizimo.asp. Acesso em 02/05/2009.