O cristão tem consciência de que
suas ações superam os limites das relações humanas, para desembocar no Pai. Por
isso, todo gesto humano, sem exceção, tem algo a ver com Deus: deve inspirar-se
nele, de quem receberá o prêmio ou o castigo.
O eixo fundamental da vida cristã
deve ser a misericórdia. O motivo é simples: a misericórdia é o eixo
fundamental do agir do Pai. E, pela misericórdia, o cristão reproduz um modo de
ser característico de Deus.
Jesus indicou-nos algumas
maneiras de expressar a misericórdia: não nos tornar juízes do próximo, e por
conseguinte, abster-nos de condená-lo; perdoar sempre, e sermos capazes de doar
nossos bens, com generosidade. A misericórdia, portanto, consiste em colocar-se
diante do próximo com a humildade de quem se sabe servidor, e com a consciência
de não ter o direito de julgá-lo e condená-lo. Isto compete ao Pai. A pessoa
misericordiosa está sempre disposta a reatar, mediante o perdão, os laços
rompidos pela inimizade.
A contrapartida da misericórdia
humana é a misericórdia divina. O Pai não julga nem condena a quem foi capaz de
ser misericordioso. Perdoa a quem foi capaz de perdoar. E a quem soube doar, dá
com superabundância.
O cristão não pode perder de
vista esta dimensão de seu agir. A falta de misericórdia resultará fatal, no
momento de seu encontro com o Pai.
Oração
Espírito de misericórdia, reveste
todas as minhas ações com a misericórdia, característica do Pai, levando-me a
ser, para o meu próximo, a revelação da bondade divina.
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Fonte: http://www.domtotal.com