Páginas

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mais uma opinião sobre a renúncia do papa


Em alguns comentários de sites espalhados pela net surgiram ideias dignas de filmes sobre a teoria da conspiração. Ameaças de morte, pressões políticas, intrigas palacianas, doenças incuráveis, etc. Inimigos da Igreja festejam o início do fim da Igreja Católica, falam em cismas e coisas do gênero.

Só que todos se esquecem de algo extremamente importante: as palavras de Cristo que estão no Evangelho segundo são Mateus:

E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mt 16, 18-19)

Claro está que o papa é a figura terrena mais importante da Igreja, a ele devemos obediência e respeito. Mas porque o desespero? A Igreja não perderá o seu rumo. Virá outro papa que será apontado, como sempre, pelo Divino Espírito Santo. Lembram do desespero após a morte de João Paulo II? Disseram até que a Igreja ficaria sem rumo pois não haveria outro papa que conduzisse seu rebanho, etc, etc. E Bento XVI, com o seu estilo, cativou o mundo.

Acredito que este gesto corajoso do nosso papa é uma lição de desapego. Justamente o contrário do que acontece atualmente em nosso país, onde os mandatários se degladiam pelo poder. No senado federal e na câmara dos deputados a briga é por cargos e poder. Bento XVI se desapega de uma das funções mais importante do planeta e se retirará da vida pública. Segundo informações irá para um mosteiro e passará a ler, escrever e rezar. Uma bela lição de humildade.

Ele teria o direito de ser o sumo pontífice até o dia de sua morte, como seria o normal. Mas ele, sábio como é, entende que os dias são outros. O mundo está mais rápido e as decisões e ações devem ser mais céleres.

Se Bento XVI entendeu que o seu físico não acompanha mais a sua mente a hora de sair foi a correta. Ele fez como os atletas que sabem que não podem mais suportar a série de jogos e que se insistir em continuar prejudicará a equipe. Um papa doente, impedido de cumprir uma agenda oficial emperra a instituição. Apesar que a Igreja sempre continuará a sua missão evangelizadora, mesmo com um papa de 85 ou 100 anos. Afinal, repito, quem governa é o Espírito Santo.

Mas como ele, o papa, já nos deu dicas de que poderia renunciar quando a saúde o abalasse, ouso dizer que a hora de sua renúncia foi acertada. Com mais de 85 anos, sentindo-se fragilizado em sua saúde (todos notávamos) e sem poder realizar viagens e cumprir os compromissos ele resolveu deixar o cargo. Agora, alguém já pensou se ele resolvesse renunciar após estar acamado? Surgiriam teorias de todos os lados: golpe, traição, chantagem...

Desde 2009 que repetidamente surgiam boatos sobre sua renúncia. Mas nunca acreditei que isto ocorreria verdadeiramente. Surpresa. Aconteceu. Ele mesmo citou esta possibilidade na entrevista concedida ao jornalista Peter Seewald.

Só nos resta entender o seu gesto como um gesto de amor à Igreja e rezar pela sua saúde, além de agradecer pelo bem que fez à Igreja durante estes anos.

Devemos ter fé e acreditar na Sagrada Escritura, pois Cristo jamais nos abandonará:

Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mt 28, 20)