Filósofo do Século XX elogia
Bento XVI.
ROMA – Robert Spaemann é um dos
filósofos mais reconhecidos deste tempo e foi chamado de “Platão do século XX”.
Em uma visita a Roma, assegurou que o Papa Bento XVI reconcilia a fé e a razão.
O filósofo visitou Roma
recentemente para apresentar, na Universidade da Santa Croce, seu livro “Fins
Naturais: História e redescobrimento do pensamento teleológico”, publicado pela
editorial Ares.
Spaemann nasceu em Berlim,
Alemanha, em 1927, e é autor de diversas obras em 12 idiomas. É Doutor Honoris
Causa pelas Universidades de Friburgo (Suíça), Navarra (Espanha) e Pontifícia
Universidade Católica do Chile.
Além disso, é membro da
Pontifícia Academia para a Vida e da Academia Chilena de Ciências Sociais,
Políticas e Morais, do Instituto do Chile.
Em uma entrevista concedida ao portal
EWTN News, Spaemann afirmou que a principal característica filosófica de Bento
XVI “é que ele reconcilia a crença e a razão. Algo difícil de encontrar
atualmente”.
“Antes, a crença e a razão se
opunham uma à outra. mas agora é o contrário, porque muitos acadêmicos não
acreditam na razão. Os cristãos acreditam que devem sustentar-se em razões,
confiar nela e não deixar que sejam afastados com as palavras”.
Neste sentido, Bento XVI “é um
Papa maravilhoso. Um homem razoável, pio e inteligente. é alguém que enlaçou a
crença tradicional cristã com a razão. Ele diz que necessitamos de um termo que
não limite os cientistas que não trabalham com a teologia, enquanto os
cientistas estão interessados em saber como eles podem manipular as coisas”,
acrescentou.
Por último, o estudioso assinalou
que o Santo Padre dá resposta ao filósofo Thomas Hobbes, “que disse que
‘reconhecer algo, é saber que podemos fazê-lo sem tê-lo’. Mas esse é um
raciocínio limitado. A razão correta e estendida seria perguntar ‘o que é isso?’
‘aonde se deseja ir?’ ‘o que é tudo esto?’”
“O Papa é alguém que defende esta
perspectiva e, assim, é um grande amigo da filosofia”, concluiu.
Ao evento estiveram presentes
centenas de pessoas, acadêmicos e também o Vigário Emérito da diocese de Roma,
Cardeal Camillo Ruini, que escreveu o prefácio da obra.
Em entrevista com o EWTN
Notícias, Ruini explicou que Spaemann “reintroduz ao pensamento contemporâneo a
grande pergunta sobre a finalidade, o âmbito final, assinalando os assuntos que
a modernidade tendeu a rechaçar e a considerar como irrelevantes”.
“O Debate com a ciência e a
cultura de hoje, mostrando que a finalidade é um elemento que não pode ser
eliminado não só em termos de vida humana, mas também no sentido maior da
biologia e do destino de toda vida”, concluiu.
Fonte: acidigital