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sexta-feira, 3 de junho de 2011

São João Maria Vianney - Confessor

Aconselhava e confortava a todos com tanto amor que muitos vinham de longe para ouvir seus aconselhamentos, vazio de belas palavras, mas repletos de termos pertencentes ao cotidiano dos mais simples. Todos queriam ver o Cura de perto e confessar-se com ele, mesmo que para isto tivessem que passar dias inteiros na fila. Ars tornou-se, ao longo do tempo, um local de peregrinações.
Padre Vianney passava até 16 horas diárias confessando a todos os que lhe procuravam em seu confessionário que foi o local que aproximou muitas almas de Deus. Ele tinha uma enorme capacidade de penetrar nos corações dos que tinham a alma atormentada. Impunha leves penitências aos que confessavam seus pecados porque, segundo ele, “o resto eu faço em lugar deles”.

Por que razão as pessoas se deslocavam para aquela longínqua vila, antes esquecida e, provavelmente, desconhecida? A explicação pode ser encontrada no cura daquela paróquia, na santidade daquele homem que assumiu a missão de santificar Ars. Homem de oração e de penitências costumava rezar, entre lágrimas, durante horas ajoelhado diante do altar, jejuava constantemente e era muito disciplinado. Padre simples, possuidor de apenas uma batina, completamente remendada, e de um chapéu roto, fazia questão de ser o mais pobre de todos os paroquianos, de ser exemplo de tudo aquilo que falava nas homilias. Não apenas pregava, mas precisava dar o exemplo a todos.
Este estilo de vida impressionava a todos os que o procuravam em busca de uma orientação espiritual. O seu confessionário era visitado até durante a madrugada, chegando a 200 o número de pessoas que se confessavam por dia. Também as pessoas queriam participar das missas, dos terços, das catequeses, ou seja, todos queriam ver aquele homem santo falar. Devido o grande movimento a matriz foi ampliada e novas capelas foram construídas no vilarejo recebendo os nomes de São João Batista, Santa Filomena, Ecce Homo e Santos Anjos.
Pe. Vianney foi um dos padres que participou das missões diocesanas na França após o ano de 1815. Estas missões tinham como objetivo reconstruir uma França destruída pela revolução. As paróquias necessitavam reerguer-se, pois os prédios foram destruídos, os bens tinham sido dilapidados, muitos religiosos e religiosas, devido a forte perseguição, haviam desistido do ministério, faltando quem assumisse os postos nos hospitais e escolas. É no ano de 1815 que os seminários, escolas e hospitais começam a reabrir e as comunidades voltam a se reorganizar.
As missões foram um instrumento de reconstrução fundamental em todo este processo de reorganização. Durante um período que podia variar de uma semana a dois meses centenas de padres concentravam-se em uma cidade para realizar cerimônias, restaurar igrejas, organizam grupos de oração, fundam associações caritativas, regularizam matrimônios religiosos (que eram proibidos durante a revolução) e convidam jovens e adultos para a conversão.
O sacramento da penitência é o primeiro sinal de uma conversão verdadeira e firme. Este sacramento foi esquecido durante a revolução e as missões obtêm um grande sucesso ao resgatar este costume.
A pedido do pároco Trévoux, pe. João Maria Pasquier, os padres da Sociedade dos Cartuxos de Lion vão em missão à antiga capital de Dombes, onde foram muito bem acolhidos. Há trinta anos que as pessoas estão afastadas das práticas religiosas e a missão tem o objetivo de converter, principalmente, os mais jovens, além de trazer de volta os mais velhos. Entre os padres cartuxos está João Maria Vianney, o cura D’Ars.
Os primeiros que foram confessar os seus pecados a este jovem padre saem encantados e emocionados. Rapidamente, entre os habitantes desta cidade de quase três mil habitantes, se espalha a notícia de que aquele confessor é bastante perspicaz e bondoso, além de ter uma grande visão, dando conselhos e sábias orientações. São filas enormes que se formam de pessoas humildes e da classe esclarecida. A afirmação de todos é de aquele padre “é um santo”.
Continua na próxima semana.