E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
(Mc 16, 15)
Mas de que forma estes apóstolos
transmitiam estes ensinamentos? Esta dúvida é natural porque eles não tinham
uma Bíblia para auxiliar nesta tarefa. Os apóstolos narravam a vida de Jesus
Cristo e repassavam a mensagem por Ele deixada através de palavra, de forma
oral. Eles falavam para os seus discípulos o que tinham presenciado e/ou o que
outros cristãos tinham ouvido ou presenciado.
Ou será que João, Thiago ou
qualquer outro apóstolo lia a Bíblia para os seus seguidores? Claro que não.
Os apóstolos não eram fisicamente
eternos, um dia morreriam. Mas os seus testemunhos não poderiam morrer com eles,
então teriam que registrar suas lembranças. Deus os inspirou a escrever o que
tinham visto, ouvido e o que aprenderam com o Mestre. Então vieram os
Evangelhos, as Cartas, enfim, o Novo Testamento, como o conhecemos hoje.
Então a transmissão da Boa Nova
se fez de forma oral e de forma escrita:
- oralmente - "pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos
e instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da
convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das sugestões do Espírito
Santo";
- por escrito - "como também por aqueles apóstolos e varões
apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a
mensagem da salvação" (CIC, §76)
Nem tudo o que Jesus Cristo fez
ou falou ficou registrado. Assim como nem tudo que foi registrado por escrito
foi testemunhado ocularmente. Alguém ouviu a narrativa e a registrou. Paulo,
Lucas e Marcos não integravam o grupo dos doze Apóstolos, mas seus escritos são
de grande importância para a Igreja.
Marcos foi discípulo de Pedro; Lucas foi discípulo de Paulo. Eles certamente foram fortemente influenciados pela visão de seus mestres e influenciaram outros discípulos.
Marcos foi discípulo de Pedro; Lucas foi discípulo de Paulo. Eles certamente foram fortemente influenciados pela visão de seus mestres e influenciaram outros discípulos.
Isto é a Tradição: a transmissão
de ensinamentos que vem sendo realizada por todos estes séculos, de geração em
geração.
“Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na
Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles “transmitindo
seu próprio encargo de Magistério." Com efeito, "a pregação apostólica,
que e expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por
uma sucessão continua até a consumação dos tempos”. (CIC §77)
A Tradição e a Bíblia são Palavra
de Deus.
A Tradição indicou os textos sagrados que compõem a Bíblia e, ainda
hoje, define os critérios para sua leitura e compreensão. Poe seu lado, a
Sagrada Escritura é a âncora que dá segurança para que a Tradição se mantenha
fiel a Jesus Cristo. (Sou Católico. Vivo a Minha Fé. Pág. 34. CNBB)
"Elas estão entre si estreitamente unidas e comunicantes. Pois,
promanando ambas da mesma fonte divina, formam de certo modo um só todo e
tendem para o mesmo fim." Tanto uma como outra tornam presente e fecundo
na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer com os seus "todos
os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,20). (CIC §80)
A Tradição compreende os ensinamentos dos apóstolos (tanto dos 12
escolhidos por Jesus Cristo e de outros) e dos primeiros cristãos que foram transmitidos
por meio de Símbolos ou Profissões de fé, o Credo. Também os Santos Padres da
Igreja, os Doutores da Igreja, através de seus escritos transmitiram
importantíssimas contribuições para solidificar a nossa fé e dos ritos da Santa
Liturgia.
Tudo isso foi previamente falado,
transmitido de forma oral, e, posteriormente, é que registrado pela escrita.
Jesus Cristo nada registrou por escrito, todo seu ensinamento foi realizado oralmente.
É facilmente perceptível que se o ensino escrito fosse realmente o
exclusivo, Jesus e todos os apóstolos teriam tido primeiro a preocupação de
escrever e depois pregar a Palavra oralmente. Mas aconteceu o contrário. Logo é
impossível ser a Escritura a única regra de fé. É claro que se a Escritura
fosse a única autoridade de fé, Jesus não deixaria de ele mesmo escrever sua
doutrina. É claro também que todos os apóstolos escreveriam, não apenas alguns,
como aconteceu. E ainda mais: acharia que Paulo escreveria cartas para pequenas
comunidades em vez de escrever para todos os cristãos? A Escritura, então, não
é, nem pode realmente ser a única regra de fé. (Professor Evaldo Gomes)
A própria sola scriptura não se sustenta. Se a Bíblia é realmente a única
fonte de fé e autoridade para o cristão, qual a passagem bíblica que afirma
isso?
Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de
nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa. (2Ts 2,15)
Fontes Pesquisadas:
www.catequisar.com.br/Catecismo da Igreja Católica (CIC)
Sou Católico. Vivo a Minha Fé. CNBB. 2007
www.programafalandodefe.com.br
http://www.bibliacatolica.com.br/01/60/2.php