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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O que foi o Concílio Vaticano II?


Um Concílio é uma reunião de todos os bispos do mundo convocados pelo papa com o objetivo de se definir a fé, a disciplina e a moral católicas.

O Vaticano II foi o concílio realizado na Igreja Católica convocado pelo papa João XXIII (1958-1963) em 25 de dezembro de 1961, o qual aconteceu com a promulgação da Constituição Apostólica Humane Salutis. Neste documento o Santo Padre fez um breve resumo das situações políticas, sociais, culturais e, sobretudo, religiosas, que motivaram a convocação do concílio.

O Concílio foi iniciado em 1962, no pontificado de João XXIII, e encerrado em 1965, já sob o pontificado de Paulo VI, sendo um dos fatos históricos de maior destaque de todo o século XX. Em 2012 a Igreja Católica comemora 50 anos de sua abertura.

Assim se pronunciou o papa João XXIII sobre a convocação dos bispos para o Concílio em 25 de janeiro de 1959 :

Pronuncio perante vós, certamente tremendo um pouco de emoção, mas também com humilde firmeza de intenção, o nome das duas celebrações: um Sínodo diocesano para a cidade de Roma e um Concílio geral para a Igreja Universal”.

O Papa João XXIII, que parrticipou da primeira reunião conciliar, insistiu que o Concílio tivesse um caráter pastoral, ou seja, que não buscasse a condenação de erros cometidos, mas, sim, buscar atualizar a doutrina da Igreja à sociedade contemporânea. Depois de uma fase preparatória que se iniciou em 1959, em 11 de outubro de 1962 foi celebrada a solene abertura dos trabalhos.

Após quatro sessões anuais e 168 assembleias plenárias o papa promulgou os treze documentos finais. Em 7 de dezembro de 1965 encerra-se o IV e último período do Concílio. E em 8 de dezembro de 1965 a celebração final com a leitura das Mensagens para a humanidade pelo papa Paulo VI.




 
Os documentos aprovados estão acessíveis em forma de livro com o nome de "Concílio Ecumênico Vaticano II - documentos conciliares e pontifícios". Estes documentos aprovados pelo Concílio Vaticano II seguem uma linha doutrinal e pastoral.


Antes do início do Concílio foram apresentados 70 esquemas conciliares para serem discutidos, que seguiam a mentalidade da Cúria romana. Este material foi resumido em 17 esquemas e, posteriormente, em 16 documentos conciliares. Estes documentos passaram por diversas redações e foram necessárias muitas adaptações, mudanças e redações, até que fossem aprovados pela quase unanimidade dos membros do Concílio, alguns com apenas 3 ou 4 votos contrários (havia mais de 2.000 bispos votantes).

Os documentos recebem seu nome em latim, assim como os esquemas discutidos no Concílio.

A redação oficial dos textos é em latim (língua oficial da Igreja Católica) e eles recebem o nome das primeiras palavras que iniciam o documento. Por exemplo: a Constituição sobre a liturgia começa afirmando: “SACROSANCTUM CONCILIUM, cum sibi propanat vitam christianam inter fideles in dies augere...” (“O Sacrossanto Concílio, que se propõe fomentar sempre mais a vida cristã entre os fiéis...”). Esta constituição recebe o nome SACROSANCTUM CONCILIUM.

Para citar um documento pode-se fazê-lo utilizando sua sigla: LG (Lumen Gentium) e um número que indica um ou mais parágrafos. Estes parágrafos podem ser classificados em a, b e c..., além de acrescentar o capítulo do texto conciliar. Como exemplo: LG III, 23d (quarto parágrafo do número 23 do terceiro capítulo da Constituição Dogmática Lumen Gentium ).

Os documentos conciliares foram classificados de acordo com sua importância ou peso doutrinal em: Constituições, Decretos e Declarações.

Lumen Gentium (LG) e Dei Verbum (DV) são chamadas “Constituições Dogmáticas”. 

Gaudium et Spes é uma “Constituição Pastoral” e a Constituição sobre a liturgia é chamada de “Constituição Sacrosanctum Concilium”.

Os Decretos têm normalmente um papel de orientação, como no caso do Decreto Christus Dominus que orienta o múnus pastoral dos Bispos na Igreja ou o Decreto Presbiterorum Ordinis acerca do ministério e da vida dos Presbíteros.

Outros textos receberam o nome de “Declaração” como no caso da Declaração Dignitatis Humanae sobre a Liberdade Religiosa (Padre Ademilson Luiz Ferreira).

Sobre a classificação dos documentos da Igreja Católica ver a postagem Documentos do papa, clicando no link a seguir:  http://papocatolico.blogspot.com.br/2011/05/documentos-do-papa.html

Em próxima postagem apresentaremos um breve relato sobre os documentos conciliares.