Um Concílio é uma reunião de
todos os bispos do mundo convocados pelo papa com o objetivo de se definir a
fé, a disciplina e a moral católicas.
O Vaticano II foi o concílio
realizado na Igreja Católica convocado pelo papa João XXIII (1958-1963) em 25
de dezembro de 1961, o qual aconteceu com a promulgação da Constituição
Apostólica Humane
Salutis. Neste documento o Santo Padre fez um breve resumo das
situações políticas, sociais, culturais e, sobretudo, religiosas, que motivaram
a convocação do concílio.
O Concílio foi iniciado em 1962, no pontificado de João XXIII, e
encerrado em 1965, já sob o pontificado de Paulo VI, sendo um dos fatos
históricos de maior destaque de todo o século XX. Em 2012 a Igreja Católica comemora
50 anos de sua abertura.
Assim se pronunciou o papa João XXIII sobre a convocação dos
bispos para o Concílio em 25 de janeiro de 1959 :
“Pronuncio perante vós, certamente tremendo um pouco de emoção, mas
também com humilde firmeza de intenção, o nome das duas celebrações: um Sínodo
diocesano para a cidade de Roma e um Concílio geral para a Igreja Universal”.
O Papa João XXIII, que parrticipou da primeira reunião conciliar, insistiu que o
Concílio tivesse um caráter pastoral, ou seja, que não buscasse a condenação de erros cometidos, mas, sim, buscar atualizar a doutrina da Igreja à sociedade contemporânea. Depois de uma fase preparatória que se iniciou
em 1959, em 11 de outubro de 1962 foi celebrada a solene abertura dos
trabalhos.
Após quatro sessões anuais e 168 assembleias
plenárias o papa promulgou os treze documentos finais. Em 7 de dezembro de 1965
encerra-se o IV e último período do Concílio. E em 8 de dezembro de 1965 a
celebração final com a leitura das Mensagens para a humanidade pelo papa Paulo VI.
Antes do início do Concílio foram
apresentados 70 esquemas conciliares para serem discutidos, que seguiam a
mentalidade da Cúria romana. Este material foi resumido em 17 esquemas e,
posteriormente, em 16 documentos conciliares. Estes documentos passaram por
diversas redações e foram necessárias muitas adaptações, mudanças e redações,
até que fossem aprovados pela quase unanimidade dos membros do Concílio, alguns
com apenas 3 ou 4 votos contrários (havia mais de 2.000 bispos votantes).
Os documentos recebem seu nome em
latim, assim como os esquemas discutidos no Concílio.
A redação oficial dos textos é em
latim (língua oficial da Igreja Católica) e eles recebem o nome das primeiras
palavras que iniciam o documento. Por exemplo: a Constituição sobre a liturgia
começa afirmando: “SACROSANCTUM
CONCILIUM, cum sibi propanat vitam christianam inter fideles in dies augere...” (“O
Sacrossanto Concílio, que se propõe fomentar sempre mais a vida cristã entre os
fiéis...”). Esta constituição recebe o nome SACROSANCTUM
CONCILIUM.
Para citar um documento pode-se
fazê-lo utilizando sua sigla: LG (Lumen
Gentium) e um número que indica um ou mais parágrafos. Estes parágrafos podem
ser classificados em a, b e c..., além de acrescentar o capítulo do texto
conciliar. Como exemplo: LG III, 23d (quarto parágrafo do número 23 do terceiro
capítulo da Constituição Dogmática Lumen
Gentium ).
Os documentos conciliares foram
classificados de acordo com sua importância ou peso doutrinal em: Constituições,
Decretos e Declarações.
Lumen Gentium (LG) e Dei
Verbum (DV) são chamadas “Constituições Dogmáticas”.
Gaudium et Spes é uma “Constituição Pastoral” e a Constituição
sobre a liturgia é chamada de “Constituição Sacrosanctum Concilium”.
Os Decretos têm normalmente um
papel de orientação, como no caso do Decreto Christus Dominus que orienta o múnus pastoral dos Bispos na
Igreja ou o Decreto Presbiterorum
Ordinis acerca do ministério e da vida dos Presbíteros.
Outros textos receberam o nome de
“Declaração” como no caso da Declaração Dignitatis
Humanae sobre a Liberdade Religiosa (Padre Ademilson Luiz Ferreira).
Sobre a classificação dos
documentos da Igreja Católica ver a postagem Documentos do papa, clicando no
link a seguir: http://papocatolico.blogspot.com.br/2011/05/documentos-do-papa.html
Em próxima postagem apresentaremos um breve relato sobre os documentos
conciliares.