Para encerrar esta série alçusiva ao dia de finados vejamos o que diz o CIC - Catecismo da Igreja Católica sobre o tema:
D.3 DEFUNTOS cf. Exéquias
D.3.1 Celebração das exéquias
§16 A terceira parte do Catecismo
apresenta o fim último do homem, criado à imagem de Deus: a bem-aventurança e
os caminhos para chegar a ela: mediante um agir reto e livre, com a ajuda da fé
e da graça de Deus (Seção I), por meio de um agir que realiza o duplo
mandamento da caridade, desdobrado nos dez Mandamentos de Deus (Seção II).
§89 Há uma conexão orgânica entre
nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé
que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa
inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da
fé.
D.3.2 Comunhão com os defuntos
§958 A comunhão com os falecidos.
"Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus
Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã,
venerou com grande piedade a memória dos defuntos (...) e, `já que é um
pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de
seus pecados' (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor deles."
Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua
intercessão por nos.
D.3.3 Eucaristia e oração de
sufrágio pelos defuntos
§1032 1032 Este ensinamento
apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada
Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse
sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos
de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a
memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o
sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão
beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as
obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos
sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai
que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem
alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer
nossas orações por eles.
§1056 Seguindo o exemplo de
Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da "triste e lamentável realidade
da morte eterna, denominada também de "inferno".
§1371 O Sacrifício Eucarístico é
também oferecido pelos fiéis defuntos "que morreram em Cristo e não estão
ainda plenamente purificados", para que possam entrar na luz e na paz de
Cristo:
Enterrai este corpo onde quer que
seja! Não tenhais nenhuma preocupação por ele! Tudo o que vos peço é que vos
lembreis de mim no altar do Senhor onde quer que estejais.
Em seguida, oramos [na anáfora]
pelos santos padres e Bispos que faleceram, e em geral por todos os que
adormeceram antes de nós acreditando que haverá muito grande benefício para as
almas, em favor das quais a súplica é oferecida, enquanto se encontra presente
a santa e tão temível vítima. (...) Ao apresentarmos a Deus nossas súplicas
pelos que adormeceram, ainda que fossem pecadores, nós (...) apresentamos o
Cristo imolado por nossos pecados, tomando propício, para eles e para nós, o
Deus amigo dos homens.
§1414 Enquanto sacrifício, a
Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos
defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais.
D.3.4 Indulgências para os
defuntos
§1471 A doutrina e a prática das
indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos efeitos do sacramento da
Penitência.
QUE É A INDULGÊNCIA?
"A indulgência é a remissão,
diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à
culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas,
pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e
aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de
Cristo e dos santos."
"A indulgência é parcial ou
plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida pelos
pecados." Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos
ou aplicá-las aos defuntos.
§1479 Uma vez que os fiéis
defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos
santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles
indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados.
D.3.5 Respeito aos corpos dos
defuntos
§2300 Os corpos dos defuntos
devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e na esperança da
ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que
honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo.