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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Comentário - Evangelho de Lucas 15, 1-10


Gostei muito da homilia referente ao Evangelho de Lucas 15, 1-10 do site da Canção Nova, feito porpadre Banthu, por esta razão compartilho com todos vocês.

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximaram-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Jesus continuou a mostrar – aos críticos escribas e fariseus – a razão por que Ele comia com os pecadores. Ele conta a parábola da “moeda perdida”, parecida com a da “ovelha perdida”.

O dote de casamento de uma mulher comumente consistia em moedas, as quais ela guardava cuidadosamente como seu maior tesouro para transmitir às filhas. A perda de uma dessas moedas era considerada séria calamidade e sua recuperação era causa de grande alegria; motivo até de comemoração de toda vizinhança. As mulheres, geralmente, colocavam tais moedas numa faixa que usavam na testa para que todos pudessem vê-las. Essa moeda grega, a dracma, não tinha praticamente valor monetário, somente um valor sentimental, pois simbolizava a aliança existente entre os noivos.

No Oriente, as casas pobres consistiam normalmente de um único quarto sem janelas e escuro. Tinha piso de terra batida ou pedra, recoberto com palha para aliviar a poeira, o frio e a umidade. O quarto raramente era varrido, e uma moeda que caísse ali era facilmente encoberta pelo pó e pelo lixo. Para encontrá-la, mesmo durante o dia, era preciso acender uma candeia [lamparina] e varrer a casa. Mas o valor sentimental da moeda compensava qualquer esforço.

A moeda é um objeto de metal, sem sentimento, sem razão, sem noção das coisas. Uma moeda perdida, ao contrário da ovelha, não sabe nem sente que está perdida, por isso não acha que precisa de salvação. Ela não tem consciência da sua situação.

Quando a moeda se perde, ela também perde o seu valor. Ela só brilha quando está nas mãos de seu dono. Pode até brilhar por um tempo, até que a ferrugem tome conta dela e, finalmente, acabe enterrada e esquecida.

A moeda perdida simboliza as pessoas que, hoje, estão perdidas, mas não têm consciência da sua situação. Para elas, aparentemente, tudo está em ordem. Mas, na verdade, está tudo errado! Elas se recusam a aceitar que estão perdidas e insistem em dizer que “está tudo bem”. Carregam um vazio que dói, que perturba, incomoda e não as deixa ser felizes. A moeda perdida representa todos os homens e mulheres que não aceitam nem reconhecem que estão perdidos.

Essas pessoas pensam que o que dá significado à própria vida é o brilho que elas têm. Concentram sua atenção nos talentos pessoais e na própria capacidade. Podem ser grandes artistas, grandes profissionais, homens que brilham, mas não têm paz. Não querem reconhecer que precisam de Deus.

Nesta parábola, Cristo ensina que, mesmo os que são indiferentes aos apelos de Deus, não deixam de ser objeto do Seu amor incondicional. Continuam sendo procurados para a Salvação.

A expressão “acender a candeia” define claramente o dever dos cristãos para com os que necessitam de auxílio devido ao distanciamento de Deus. Os errantes não devem ser deixados em trevas e no erro, mas cumpre empregar todos os meios possíveis para trazê-los novamente à luz. Acende-se a vela e examina-se a Palavra de Deus em busca dos claros pontos da verdade, para que os cristãos fiquem por tal modo fortalecidos com os argumentos da Sagrada Escritura, com as suas reprovações, ameaças e animações. Que os desviados sejam alcançados.

Veja a profundidade do ensinamento de Jesus: a moeda foi perdida em casa. Alguns se encontram perdidos longe de nossos olhos; é preciso ir buscá-los. Outros, porém, estão bem perto, fazem parte da família. É o seu marido, a sua esposa, os filhos ou pais que você deve buscar.

A mulher da parábola busca incessantemente a moeda perdida. Acende a lamparina e varre a casa. Remove tudo que possa impedir sua procura. Embora uma única moeda esteja perdida, não cessam os seus esforços até encontrá-la. O que você tem feito para recuperar os seus?

Semelhantemente – na família e no círculo de amigos -, se alguém estiver distante de Deus, você deve empregar todos os meios possíveis para recuperá-lo, pois, embora esteja sob pó e lixo, a moeda ainda é de prata.

A dona da casa se esforça em procurar a moeda, porque lhe é de grande valor sentimental. Assim, todo ser humano, embora degradado pelo pecado, é precioso aos olhos de Deus. Como a moeda traz a imagem e a inscrição do poder reinante, igualmente, quando foi criado, o homem trazia a imagem e a inscrição de Deus. E, mesmo agora manchada e desfigurada pela influência do pecado, permanecem em toda alma os traços dessa inscrição.

A moeda perdida representa os seus familiares que estão perdidos em delitos e pecados, mas não estão conscientes de sua condição. Estão separados de Deus, mas não sabem. É preciso recuperá-los!

Padre Bantu Mendonça