Luc
2, 41-46: "Seus Pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da
Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para
festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em
Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na
caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os
parentes e conhecidos, e não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura.
Três dias depois, eles o encontraram no templo, sentado em meio aos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os".
Comentário: Os dias de festa da Páscoa eram
7 (sete), contando os dias de viagem de ida e volta, a Sagrada Família deve ter
ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria e José não podem ter
deixado no lar, por tanto tempo, filhos pequenos, donde se conclui,
logicamente, que aos doze anos de idade Jesus era filho único.
Por
que nunca os evangelhos chamam os "irmãos de Jesus" de "filhos
de Maria" ou de "José", como fazem em relação ao Nosso Senhor? E
como, durante toda a vida da Sagrada Família, o número de seus membros é sempre
três? A fuga para o Egito, a perda e o encontro de Jesus no Templo, etc...
Jo
19, 26-27: "Jesus, então, vendo
sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse a sua mãe: mulher, eis o
teu filho! Depois disse ao discípulo: eis a tua mãe! E a partir dessa hora, o
discípulo a recebeu em sua casa".
Comentário: Jesus ao morrer confiou sua mãe
a João evangelista, filho de Zebedeu, membro de outra família. Este gesto seria
incompreensível se Maria tivesse outros filhos em casa, já que segundo a lei de
Moisés teria que ficar aos cuidados do filho mais velho. Jesus é dito
"suposto filho de José" em Luc 3, 23; é dito "o filho de
Maria" (com artigo) -"uiós Marias", em Mar 6, 3. O
Evangelho nunca diz: "A mãe de Jesus e seus filhos", embora
isto fosse natural se ela tivesse outros filhos (ver Mar 3, 31-35 e Ato 1,
14).