Páginas

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Você sabe o que é o TAU?

Você já viu um símbolo que vem sendo confundido com um crucifixo? Ele é usado pelos membros da Toca de Assis e por outros movimentos da Igreja Católica Apostólica Romana. Além de fiéis católicos estarem também utilizando. Você conhece tal símbolo?

Ele além de ser um emblema bíblico é a última letra do alfabeto hebraico e a 19ª do grego, derivado dos Fenícios e correspondente ao ” T ” na língua portuguesa. O Tau é a convergência das duas linhas: verticalidade e horizontalidade significam o encontro entre o céu e a terra. Divino e humano.

Na Bíblia o profeta Ezequiel ouviu Deus: “Os inocentes marcados com este sinal (TAU) serão salvos” (Ez 9,4).

No ano de 1215 o papa Inocêncio III (1198-1216) prega um novo símbolo cristão e São Francisco de Assis (1181-1226), estando presente nesta reunião, assume o Tau como símbolo de sua Ordem religiosa: a Ordem dos Frades Menores (OFM). Uma tradição assinala que Santa Clara, com a imposição do tau sobre os doentes, invocava a cura destes a Deus.

Em geral, o Tau é pendurado no pescoço por um cordão com três nós. Este cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho.

A síntese da Boa Nova está nos três nós do cordão, os quais são os três conselhos evangélicos: obediência, pobreza e castidade (pureza de coração). Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande projeto. Pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si.

Os três nós significam que o obediente é fiel a seus princípios; o pobre vive na gratuidade da convivência; o casto cuida da beleza do seu coração e de seus afetos. Tudo isto está no Tau da existência!

Muitos seguidores usam o Tau como um amuleto, um pingente, uma jóia… Modos incorretos de se pensar em seu uso. Ele é um sacramental que nos recorda um caminho de salvação que vai sendo feito ao seguir, progressivamente, o Evangelho. Assim, pede-se que a pessoa que usa o Tau faça jus aos três nós.

O Tau deve ser um sinal de uma espiritualidade deve ser um sinal de que aquele (a) que o usa é uma pessoa que vive em tensão de permanente conversão e mudança de vida, em vontade firme de se tornar nova criatura; deve ser sinal de que aquele (a) que o ostenta é uma pessoa que busca a sua salvação e de todos os homens na cruz de Jesus Cristo; deve ser um sinal de que aquele (a) que o traz é uma pessoa que vive a esforçar-se por ser pobre, por se despojar e desprender dos bens terrenos para se enriquecer dos valores das bem-aventuranças: o Reino de Deus, a paz, a mansidão, a fraternidade universal, a misericórdia e o perdão, o respeito pela criação, a alegria, a partilha de bens, a luta pela justiça e a paixão por Jesus Cristo pobre, Crucificado e Ressuscitado.

Usar o TAU, para o fiel cristão é colocar a vida no dinamismo da conversão: Cada dia devo me abandonar na Graça do Senhor, ser um reconciliado com toda a criatura, saudar a todos com a Paz e o Bem. É configurar-se com aquele que um dia ilumina as trevas do nosso coração para levar-nos à caridade perfeita. Também é transformar a vida pela simplicidade, pela luz e pelo verdadeiro amor. É exigência de missão e serviço aos outros, porque o próprio Senhor se fez servo até a morte e morte de Cruz.

O verdadeiro Tau franciscano é aquele todo de madeira, sem nenhum tipo de apetrecho fixado a ele (crucifixo, foto, desenho…), também não é aquele feito de aço ou outro metal (ouro, prats…). Ele também precisa ter o cordão com os três nós. Esse entendimento vem da época de Francisco, pois ele usava apenas um Tau de madeira preso a um cordão com os três nós. Tudo que difere disso faz com que eles não sejam “verdadeiros taus franciscanos”, entendem??

Entende-se que o melhor Tau não é o comprado, mas aquele que nós ganhamos de alguém, pois essa pessoa reconhece em nós os três nós.



Fonte: http://catholicus.org/