Por Dom Antônio Muniz – Arcebispo de Maceió
Estamos vivendo mais um processo
eleitoral em nossos municípios. É no município que se manifestam as crises do
mundo inteiro prejudicando a democracia. É nele que os problemas estão mais
próximos: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia,
lazer. Por isso, é importante votar bem e com a consciência de que o voto de
cada munícipe é um gesto pessoal, intransferível e que tem consequências na
coletividade.
A eleição é um momento para
promoção da cidadania e na cultura da participação do nosso povo nos destinos
de sua cidade. Não podemos como cidadãos e mais, como cristãos, ignorar a
seriedade deste momento. Um voto errado trará serias consequências no destino
de nossas cidades nos próximos anos.
O Projeto Ficha Limpa foi uma
vitória conquistada pela vontade democrática do nosso povo, porém é preciso
abrir os olhos para a ficha dos candidatos e, assim, pôr fim à corrupção, que
ainda envergonha nossa nação. Não podemos deixar que demagogos e desonestos
sejam eleitos. Que vençam a ética, a democracia, a liberdade, o direito e a
justiça, o compromisso de gerir a coisa pública com responsabilidade tendo em
vista o bem comum e não interesses escusos, espoliadores do Estado. Chega de
corrupção!
É importante lembrar, que a
Igreja não apoia nenhum candidato. Se alguém disser que está sendo apoiado ou é
representante dos católicos nestas eleições está mentindo. Porém, é nosso dever
evangélico, apresentar critérios, como os apontados na Cartilha preparada pela
Comissão política da Província Eclesiástica de Maceió que vai auxiliar os
cristãos na hora do voto:
1. A primeira coisa e a mais
importante a ser observada é o passado do candidato. De onde ele vem? Já tem
algum trabalho realizado? Se ele ocupou outros cargos, honrou os mandatos
anteriores? Como se portou? Saiu com fama de honesto ou de corrupto? Cumpriu
durante o mandato as promessas feitas durante a campanha?
2. Outro critério: quem são os
componentes do grupo político daquele candidato? Vale o provérbio: “dize-me com
quem andas e dir-te-ei quem és...” Seus companheiros políticos são pessoas
honradas? Recordemos que ninguém governa sozinho: meu grupo político fará parte
do meu modo de exercer meu mandato!
3. Mais um critério: o modo que o
candidato tem de fazer campanha. Está gastando demais? Está comprando votos,
dando dinheiro, prometendo empregos? Usa o nome de Deus ou da Igreja? Usa a fé
do povo? Anda com a bíblia debaixo do braço? Tudo isso, além de profanar o nome
de Deus, de sua Igreja e de seus santos, é pura demagogia!
4. Quando ele promete, explica
direitinho de onde vai tirar o dinheiro para cumprir as promessas. Porque se
não explica, não vai cumprir nada: está prometendo o que não pode cumprir!
Faça sua parte, vote consciente.
Votar com consciência é um dever do cristão!