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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Eleições Limpas


Por Dom Antônio Muniz – Arcebispo de Maceió

Estamos vivendo mais um processo eleitoral em nossos municípios. É no município que se manifestam as crises do mundo inteiro prejudicando a democracia. É nele que os problemas estão mais próximos: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer. Por isso, é importante votar bem e com a consciência de que o voto de cada munícipe é um gesto pessoal, intransferível e que tem consequências na coletividade.

A eleição é um momento para promoção da cidadania e na cultura da participação do nosso povo nos destinos de sua cidade. Não podemos como cidadãos e mais, como cristãos, ignorar a seriedade deste momento. Um voto errado trará serias consequências no destino de nossas cidades nos próximos anos.

O Projeto Ficha Limpa foi uma vitória conquistada pela vontade democrática do nosso povo, porém é preciso abrir os olhos para a ficha dos candidatos e, assim, pôr fim à corrupção, que ainda envergonha nossa nação. Não podemos deixar que demagogos e desonestos sejam eleitos. Que vençam a ética, a democracia, a liberdade, o direito e a justiça, o compromisso de gerir a coisa pública com responsabilidade tendo em vista o bem comum e não interesses escusos, espoliadores do Estado. Chega de corrupção!

É importante lembrar, que a Igreja não apoia nenhum candidato. Se alguém disser que está sendo apoiado ou é representante dos católicos nestas eleições está mentindo. Porém, é nosso dever evangélico, apresentar critérios, como os apontados na Cartilha preparada pela Comissão política da Província Eclesiástica de Maceió que vai auxiliar os cristãos na hora do voto:

1. A primeira coisa e a mais importante a ser observada é o passado do candidato. De onde ele vem? Já tem algum trabalho realizado? Se ele ocupou outros cargos, honrou os mandatos anteriores? Como se portou? Saiu com fama de honesto ou de corrupto? Cumpriu durante o mandato as promessas feitas durante a campanha?

2. Outro critério: quem são os componentes do grupo político daquele candidato? Vale o provérbio: “dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és...” Seus companheiros políticos são pessoas honradas? Recordemos que ninguém governa sozinho: meu grupo político fará parte do meu modo de exercer meu mandato!

3. Mais um critério: o modo que o candidato tem de fazer campanha. Está gastando demais? Está comprando votos, dando dinheiro, prometendo empregos? Usa o nome de Deus ou da Igreja? Usa a fé do povo? Anda com a bíblia debaixo do braço? Tudo isso, além de profanar o nome de Deus, de sua Igreja e de seus santos, é pura demagogia!

4. Quando ele promete, explica direitinho de onde vai tirar o dinheiro para cumprir as promessas. Porque se não explica, não vai cumprir nada: está prometendo o que não pode cumprir!

Faça sua parte, vote consciente. Votar com consciência é um dever do cristão!