Meu pai-árvore:
Tronco
pleno de seiva nutritiva, modelo de retidão.
Raízes
profundas, fincadas no amor e na hombridade;
galhos
frondosos a espraiar agasalho e frescores.
Meu pai-instrutor:
Farol
que ilumina a caminhada pelo tortuoso trânsito da vida,
ensinando
a estacionar, a reduzir a marcha, a respeitar os sinais,
a
brecar sem risco, a seguir em frente, sem atropelos e com fé.
Meu pai-ourives:
Cadinho
que faz o metal informe transformar-se em joias,
embora,
algumas vezes, não tão perfeitas com ele as deseja,
mas
o buril de Cronos ajuda a aprimorá-las.
Meu pai-escultor:
Goiva
que apara as arestas com precisão e brandura,
para
a madeira bruta tomar forma e exprimir a própria essência.
Meu pai-amigo:
Ouvidos
que escutam com atenção,
boca
que profere conselhos, coluna que oferece apoio.
Meu pai-mãe:
Oásis
acolhedor a mitigar a sede,
mãos
generosas, abertas para a oferta, sempre.
Rosa Maria Aires da
Cunha - Referência: Mensagens para o ano todo - Vol 02