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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

São João Maria Vianney – A Infância

“Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e, o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; e, o que no mundo é vil e desprezado, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus” (1 Cor 1, 27-29).
O Cura D'Ars
 João Maria Vianney (Jean-Marie Vianney) nasceu no dia 08 de maio de 1786, em Dardilly, localidade ao norte de Lyon, na França, em uma família de agricultores, sendo o quarto filho, no total de seis, do casal Mateus e Maria Beluze. Como pessoas muito religiosas que praticavam o Evangelho a partir da oração em conjunto e do acolhimento aos mais pobres, resolveram ensiná-lo, desde tenra idade, a viver na oração e a entregar-se ao amor de Deus e da Virgem Maria. Toda esta devoção fez com que o consagrassem a Nossa Senhora no mesmo dia de seu nascimento e, também, neste mesmo dia, foi batizado.

Viveu sua infância em um período muito tumultuado, marcado por situações trágicas, que foi a Revolução Francesa, iniciada quando João Vianney tinha apenas três anos de idade. Vivendo em um ambiente marcado pela turbulência social, que atingiu inclusive a Igreja, fechada devido à perseguição religiosa, foi sempre orientado por sua mãe que não descuidou de sua formação religiosa e o catequizou pessoalmente, dando-lhe uma instrução sólida. Fiel às orações sempre arrumava tempo para rezar, nas pausas de seu trabalho no campo, cuidando de animais ou ao final do dia, em casa, com os pais e irmãos.
Aos 11 anos, em 1797, faz a sua primeira confissão a um padre rebelde que atuava de forma clandestina e que foi acolhido pela família Vianney, logicamente escondido das autoridades.
Estando a Igreja ainda fechada para cultos, João Vianney é mandado para Ecully, distante seis quilômetros de sua casa, hospedando-se com um tio, onde iria se preparar para a primeira comunhão, de forma secreta. Duas senhoras ensinam clandestinamente o catecismo às crianças além de dar noções de escrita e leitura. João Vianney mal conhece o francês, pois onde mora se fala o dialeto local. Aos 13 anos recebeu a Primeira Comunhão, ainda escondido das autoridades. Padre Groboz celebra uma missa na casa dos Vianney e admite a comunhão a 15 crianças, marcando na lembrança do menino Vianney este ato de coragem e de fidelidade a Deus alimentando ainda mais o seu desejo de se tornar sacerdote.
Neste ambiente dramático João Vianney viveu a sua infância em um local marcado pelas atrocidades de uma revolução feroz que destrói toda a sociedade e tenta abafar as vocações religiosas. Descobre desta forma a importância dos sacramentos recebidos e a grandeza do gesto dos sacerdotes que arriscaram as suas vidas para ministrar os sacramentos ao então jovem analfabeto. Foram necessários mais dois anos para que João Maria Vianney viesse comungar de novo.
João Vianney desejava fortemente ser sacerdote, mas enfrentou enormes dificuldades nos estudos, devido ser vítima de uma formação intelectual deficitária causada pelo fechamento de escolas. Apenas aos 17 anos é que aprendeu escrever, sabendo ler razoavelmente. Aproveitou a Crisma, em 1806, para acrescentar Batista a seu nome: João Batista Maria Vianney.
A sua data comemorativa é dia 04 de agosto.
Na próxima semana continuaremos com a biografia deste santo.