LISBOA, 17 Abr. 12 / 03:30 pm (ACI)
O Presidente do Pontifício Conselho para a Família,
Cardeal Ennio Antonelli defendeu hoje uma conferência em Lisboa “o
direito” das crianças a um núcleo familiar “normal” e rechaçou a
equiparação do “matrimônio de um homem e uma mulher” com “outras formas de
convivência”. O prelado disse ainda esperar um milhão de pessoas no
encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias, entre 1 e 3 de junho, em
Milão (Itália), com a presença de Bento XVI.
“A família normal fundada sobre o
matrimônio é uma comunidade estável de vida e de pertença recíproca”,
enquanto outros modelos se situam na “lógica do indivíduo que pertence apenas a
si mesmo e mantém com os outros só uma relação contratual de intercâmbio”,
sustentou o purpurado em sua exposição na capital portuguesa em declarações
reunidas pela agência Ecclesia do episcopado português.
“O mal-estar e os deslizes juvenis aparecem
associados, em medida muito mais elevada às famílias desfeitas, incompletas e
irregulares”, afirmou na conferência de abertura do encontro “A Família e o
Direito – Nos 30 Anos da Exortação Apostólica ‘Familiaris Consortio’”.
O presidente do organismo da Santa Sé
lembrou que “em nome da não discriminação, se reivindica o direito dos
homossexuais a contrair matrimônio ou pelo menos a equiparar em tudo a sua
relação ao matrimónio”. Esta posição, disse Dom Antonelli, esquece “que a
justiça não consiste em dar a todos as mesmas coisas, mas em dar a cada um o
que lhe pertence, e que é injusto tratar de modo igual realidades diversas”.
As “pesquisas sociológicas”, frisou,
demonstram que, “percentualmente falando, os casados são mais felizes que os
solteiros, os conviventes e os separados”.
Segundo a nota da Agência Ecclesia, o
prelado referiu que “a contestação mais forte contra a Igreja diz
respeito à ética sexual”, porque “aos olhos de muitos” a doutrina católica
“apresenta-se como inimiga da liberdade e da alegria de viver”.
A “felicidade”, no entanto, não se centra
na economia: o fato de se ter “uma família normal conta mais que o lucro” e “a
falência do matrimónio faz sofrer mais que o desemprego”, ressaltou.
A Igreja, contrapôs o purpurado, “não
rebaixa a sexualidade, mas, integrando-a no amor de doação, exalta-a até fazer
dela uma antecipação das núpcias eternas”. O cardeal acentuou que “o objetivo
fundamental” dos católicos “deve ser a formação duma cultura e duma opinião
pública favorável à família”.
Finalmente, o arcebispo assinalou que “para
sair da crise económica atual, todos se dão conta de que há necessidade, por um
lado, de inovação, investimentos e maior produtividade e, por outro, de
equilibrada alternância de gerações e, consequentemente, taxa mais elevada de
natalidade e melhor educação.
Em outro momento, em declarações aos
jornalistas, o cardeal italiano apelou a uma “séria preparação para o
matrimônio”, na Igreja Católica, com um “itinerário, um caminho
prolongado, doutrinal e prático, de vida cristã” e disse esperar um milhão de
pessoas no encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias, entre 1 e 3 de
junho, em Milão (Itália), com a presença de Bento XVI.