O montante arrecadado com a devolução do dízimo destina-se à manutenção do templo, compra de materiais litúrgicos, pagamento de obrigações fiscais e trabalhistas, pagamento de salários, material de expediente entre outras despesas. Este dinheiro também é utilizado para compra de medicamentos e/ou alimentos para as pessoas carentes e para ajudar as pessoas em momentos de extrema necessidade. Uma outra parte da arrecadação é destinado para manter o funcionamento de seminários e para manter as missões de evangelização.
Como podemos perceber existem diversas destinações para o dinheiro arrecadado com a devolução do dízimo. Manter uma comunidade, uma paróquia ou uma diocese só é possível com a colaboração dos dizimistas, quando estes assumem a graça de colaborar com a divulgação da palavra de Deus. O fiel ao assumir a missão de levar Jesus Cristo ao mundo torna-se, também, um evangelizador.
Da mesma forma como acontece em nossas casas e, também, em qualquer tipo de organização, existem necessidades básicas que precisam ser atendidas para manter o seu perfeito funcionamento. Um chefe de família, por exemplo, deve saber quais são as principais despesas que devem ser quitadas dentro de sua casa: existem um grupo de despesas que incluem as contas de água, de energia, de telefones, IPTU, etc. Este grupo engloba o pagamento de taxas, impostos e contribuições. Outros grupos podem ser formados para englobar material escolar, vestuário, alimentação, transporte, lazer etc.
Nas paróquias não é diferente: existem necessidades que devem ser atendidas e que se enquadram em três diferentes dimensões: religiosa, social e missionária.
Na dimensão religiosa enquadram-se as despesas relacionadas à manutenção e funcionamento da paróquia, suprindo suas necessidades básicas e mantendo todos os gastos da Igreja para que ela desenvolva de forma organizada a sua atividade fim. Nesta dimensão enquadram-se os salários dos funcionários da paróquia, compra de material litúrgico, material de expediente e material de limpeza, manutenção física do templo, obrigações fiscais (taxas e impostos), material para pastorais, pagamento das contas de água, energia e telefones, despesas com transporte, côngrua (salário do padre) e outras despesas referentes às atividades religiosas. Como pode ser visto, nesta dimensão estão contemplados todas as despesas efetuadas no exercício das atividades que visam alcançar o objetivo final da Igreja.
A dimensão social contempla o atendimento aos mais necessitados que procuram a paróquia em busca de atendimento para minimizar suas carências. Este atendimento social pode ser realizado, por exemplo, através da doação de cestas básicas para os desempregados, remédios para os doentes carentes, programas de inclusão social e de inclusão digital dos integrantes da comunidade. Em suma, qualquer investimento que tenha como objetivo ajudar aos mais carentes, minimizando suas dores em momentos de maior necessidade. A parte que cabe reservar à dimensão social deve ser decidida pela própria paróquia, assim como o acompanhamento de sua destinação. É imprescindível o atendimento aos mais carentes porque quando atendemos aos mais necessitados estamos atendendo a Cristo: "Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." (Mt 25, 40).
Na dimensão missionária ocorre o investimento nas pastorais diocesanas, mantendo os missionários que levam a palavra de Cristo ao mundo. Nesta dimensão está incluída a formação dos padres, porque a manutenção dos seminários faz parte da dimensão missionária. Explicando melhor: as comunidades contribuem com o seu dízimo para a manutenção das paróquias; por sua vez as paróquias com os seus dízimos mantêm as dioceses, que juntas são a Igreja de Cristo. As dioceses, com os valores dos dízimos recebidos das paróquias, sustentam os seminários e formam os missionários que se espalham pelo mundo com o intuito de evangelizar os povos. Logo, esta dimensão contempla um projeto maior de evangelização que é o objetivo e razão da Igreja.
Quando devolvemos o dízimo estamos ajudando a manter um sistema que envolve a comunidade, a paróquia e a diocese ou arquidiocese. Nós somos os responsáveis pela manutenção da Igreja de Cristo, não só a manutenção física, mas também pela permanência de seu trabalho em nossa comunidade e no país. Com o seu dízimo é possível formar novos sacerdotes, novos missionários, criar novas comunidades e manter as já existentes. Os dizimistas são evangelizadores, também, apesar de não estar presente fisicamente nas missões. Mas com a pequena ajuda concedida permite que os trabalhos de evangelização se perpetuem sem limites geográficos. "E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. " (Mc 16,15).
Informar aos dizimistas das dimensões alcançadas por suas devoluções fará com que ele se sinta mais responsável pela manutenção destes trabalhos missionários e, também, pela formação dos padres e ministros. O esforço realizado pelos dizimistas se concretiza na Eucaristia. Ele se sentirá responsável por aquele padre ou ministro presente no altar.
Quanto mais nos encontramos com Deus mais nos alegramos e desejamos corresponder mais aos Seus desejos. Na liturgia dos sacramentos as pessoas celebram o amor de Deus e renovam o seu compromisso com Ele. “A comunidade é o lugar privilegiado para a celebração dos sacramentos, para a manifestação da vida de fé e para o seguimento de Jesus Cristo.” (CNBB, 2007). É responsabilidade de todos manter esta tradição e esta esperança viva no coração da humanidade, despertando o sentimento de compromisso com a vida e com todos os que ainda não foram despertados para a presença de Deus em suas vidas.