O resultado percebido de uma ação evangelizadora por meio do dízimo é a vivência comunitária mais participativa e fraterna. As pessoas perceberão a importância de uma vida mais generosa, onde atos de partilha serão mais comuns e a adesão ao dízimo será natural. Este não é um quadro utópico, é um resultado que se apresentará após um trabalho de evangelização centrado no sentido bíblico do dízimo.
Testemunhos de dizimistas revelarão que após a devolução do dízimo regular, eles passaram a vivenciar em suas famílias a estabilidade financeira. Onde antes faltava até o básico, passou a se ter o suficiente para todos, mesmo retirando dinheiro para devolver o dízimo. Estes fiéis entenderam que ao devolver uma parte do que é de Deus, Ele passou a derramar suas bênçãos sobre elas.
As pessoas devem ficar cientes de que o dízimo não é uma contribuição financeira, mas um compromisso que se assume com Deus, com Deus e com os irmãos cristãos, principalmente aqueles mais carentes. Logo, o dizimista passa a repartir o que é seu com a comunidade de Deus, numa experiência de partilha.
Considere que Deus não quer as sobras de sua casa, Ele quer que você partilhe aquilo que é seu, em atos de generosidade e desapego material. O dizimista deve saber Deus não precisa de esmolas nem de restos. Ele quer que você divida com o próximo aquilo que você deve a Ele por reconhecimento e louvor de tudo aquilo que Ele promoveu em sua vida. Nunca é demais lembrar que o dízimo é um mandamento bíblico e proporciona uma experiência de fé em Deus e de partilha com os irmãos.
Todo Cristão deve, portanto, ser consciente de que existem diversas razões para aderir ao dízimo. Abaixo relacionamos apenas algumas boas razões, embora pudessem ser relacionadas milhares de razões, todas elas importantes e fundamentadas na fé em Deus.
Reconhecer que tudo é de Deus
Tudo o que somos é proveniente da vontade de Deus. Tudo o que temos nos foi concedido por Deus. Ser dizimista é devolver a Deus uma pequena parcela de tudo aquilo que Ele nos concedeu com sua bondade divina e infinita, não importando se somos merecedores de tamanha generosidade. Em Gênesis (1, 21-30) a Sagrada Escritura revela que Deus criou o mundo e os concedeu ao homem e a mulher com tudo o que nele existia. Deus doou o mundo para que homem e mulher o governassem. Logo tudo o que nós temos nos foi dado por Deus.
O Dízimo é bíblico
O dízimo não é uma invenção da Igreja Católica nem uma invenção recente. O surgimento do dízimo precede à Igreja, sendo um costume existente há milênios antes de Cristo. A Bíblia já fala sobre o dízimo desde o livro Gênesis, sempre com o sentido de ser uma forma de agradecimento do homem à bondade de Deus. Ser dizimista é atender a um chamado de Deus a viver o amor ao próximo e a partilhar aquilo que d’Ele recebemos. Ele nos pede que sejamos dizimistas ao longo de toda a Bíblia. A Sagrada Escritura nos alerta todo o tempo: toda pessoa portadora de fé tem o dever de assumir o dízimo por toda a vida.
O Dízimo nos aproxima de Deus
Devolver o dízimo é um ato de fé. Se este ato não estiver pleno de fé em Deus torna-se um ato mecânico, simplesmente comercial, sem valor aos olhos de Deus. Este ato deve se tornar uma oração para o dizimista e sendo feito com amor, agradável a Deus, o dízimo é fonte de bênçãos.
O Dízimo é partilha
A prática da devolução do dízimo engrandece o coração do doador, porque ao partilhar com alegria e com amor o pouco que se tem, se supera o egoísmo. Testemunhar o amor, a fraternidade, a generosidade e a partilha são formas de se encontrar com Deus. O egoísta não sabe ser grato, nem conhece o valor e a alegria da partilha. Os primeiros cristãos nos deram vários exemplos da prática da partilha, quando dividiam tudo o que possuíam com todos os membros da comunidade. Atualmente somos nós os responsáveis por nossa comunidade. A manutenção dos templos, a quitação das dívidas, a assistência social, os materiais da liturgia, ou seja, tudo é responsabilidade das comunidades.
O Dízimo é dever de justiça
Devolver o dízimo é assumir o seu papel de membro ativo da comunidade, sendo co-responsável pelos destinos do lugar onde se vive. É não se omitir diante da responsabilidade assumida pelo sacramento do batismo. A comunidade é formada por todos os seus membros e não só por alguns. O sacrifício deve ser feito por todos e todos devem dividir as tarefas da comunidade.
O Dízimo ajuda as pastorais
Mesmo que o dizimista não tenha tempo de sair em missão evangelizando os povos, seja por falta de tempo ou de dom, a colaboração realizada por meio do dízimo ajudará a Igreja a continuar mantendo sua missão, tornando-se, desta forma, também um evangelizador. É o dízimo de todos os membros da comunidade que deve prover o desenvolvimento das pastorais que estão a serviço da missão de Jesus Cristo e a manutenção desta missão.
O Dízimo mantém a Igreja
A devolução do dízimo permite manter a Igreja em sua missão, porque com os recursos adquiridos com o dízimo é que se adquirem velas, flores, bíblias, jornais litúrgicos, hóstias, incensos, vinhos, pagam-se contas de água e energia, honra-se a folha de pagamento, paga-se encargos sociais e tudo que é necessário para se manter o templo. Todos estes gastos estão inclusos na dimensão litúrgica do dízimo. O cristão não admite entrar em uma Igreja em ruínas, com bancos quebrados, sem iluminação e sem ventilação. Este não é um lugar digno de Deus. Se em minha casa exijo o melhor, também devo querer o melhor para aquele que tanto me proporcionou.
O Dízimo ajuda a manter a missão
A devolução do dízimo permite contribuir com a manutenção das comunidades; com as contribuições das comunidades é possível manter as paróquias; por sua vez as paróquias mantêm as dioceses, que juntas são a Igreja de Cristo. As dioceses mantêm os seminários que formam os missionários espalhados pelo mundo evangelizando os povos. Esta é a dimensão missionária do dízimo que contempla um projeto maior de evangelização que é o objetivo e razão da Igreja.
O Dízimo ajuda a promover o ser humano
Devolver o dízimo é estar à disposição dos mais carentes, vendo neles o próprio Jesus Cristo. Cada comunidade deve dispor de uma parcela do dízimo arrecadado para as obras sociais e assistenciais, com o objetivo de promover o ser humano. A dimensão social do dízimo é que permite que a atender aos mais necessitados que procuram o auxílio em momentos de necessidade.
O Dízimo sustenta os religiosos
Devolve o dízimo auxilia as comunidades a manterem os seus padres, religiosos e leigos liberados para o serviço à comunidade. Eles estão a serviço de Deus e têm direito de receber um salário que o ajude no seu sustento. No Novo Testamento (ICor 9, 13-14) lê-se “Não sabeis que os ministros do culto vivem do culto, e que os que servem ao altar participam do altar? Assim também ordenou o Senhor que os que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho.”
O Dízimo proclama Deus
As pastorais, grupos e movimentos desenvolvem ações que dependem de recursos materiais para serem executadas. Os líderes destas equipes e, também, das comunidades, precisam de capacitação para executar estas ações e atividades. Todos os recursos para manter estas atividades são oriundos da devolução do dízimo dos fiéis. A função principal do dízimo é fazer com que Deus seja conhecido e adorado por todos. Uma comunidade que não conhece Deus está abandonada e entregue à ação do mal (violência, drogas, mortes).
O Dízimo mantém as vocações
O jovem vocacionado deve ser incentivado pela comunidade e ajudado financeiramente até completar os seus estudos e, então, passar a colocar os seus dons a serviço do povo Deus. Muitas vocações não avançam pela falta de recursos para que a Diocese mantenha um seminário para que os jovens desenvolvam a sua vocação religiosa. O dízimo colabora com a manutenção das Equipes Vocacionais e com a catequese, que desperta várias vocações todos os anos. A comunidade que não ampara as vocações é uima comunidade morta.
O Dízimo é coerência
Todos da comunidade dizem ser possuidores de fé e assim proclamam em altos brados e vão às missas todas as semanas. Mas o cristão que possui esta fé deve realizar gestos que comprovem este compromisso com Deus, que do cristão espera um forte compromisso, inabalável como a rocha. Deus espera que cada cristão ajude a manter esta Igreja de Jesus Cristo. Cada vez que um cristão entrar em uma Igreja ele possa dizer que ajudou a construir tudo aquilo, fazendo parte desta comunidade que soube elevar o nome de Deus. O dizimista se sentirá responsável por fazer parte desta obra e sentirá a benção de Deus em sua vida e ajudará a outros cristão a sentir o mesmo.