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sexta-feira, 4 de março de 2016

Tu desces das estrelas

Tu desces das estrelas
(de Santo Afonso Maria de Ligório) 


Tu desces das estrelas, ó Rei do céu
E vens a uma gruta no frio e no gelo.
Ó Menino meu divino, eu Te vejo aqui a tremer;
Ó Deus beato, quanto Te custou haver-me amado!

A Ti, que és do mundo o Criador,
Faltam agasalhos e fogo, ó meu Senhor.
Querida e eleita criança, esta Tua pobreza me apaixona
Pois foi o amor que Te fez pobre novamente.

Tu deixas as delícias da intimidade divina
Para vir a sofrer sobre essa palha.
Doce amor do meu coração, aonde Te levou o amor?
Ó meu Jesus, por que tanto sofrer? Por meu amor!

Mas se sofres por Tua própria vontade,
por que então este choro, por que estes gemidos?
Meu Jesus, eu Te entendo sim! Ah, meu Senhor!
Tu choras não de dor, mas de amor!

Tu choras ao ver a minha ingratidão,
Um amor tão grande e tão pouco amado!
Ó amado do meu coração,
se fui assim outrora, hoje somente por Ti eu anseio
Querido, não chores mais, pois eu Te amo, Te amo.

Enquanto dormes, meu Menino, o coração
não dorme, não, mas vigia a todo momento
Vai, meu querido e puro Cordeiro,
Em que pensas? Dize-me Tu. Ó amor imenso,
um dia em morrer por ti, respondes, é o que eu penso.

Então, pensas em morrer por mim, ó Deus
Que mais posso eu amar fora de Ti?
Ó Maria, esperança minha,
se pouco eu amo o teu Jesus, não te indignes
de amá-Lo tu por mim, se eu não O sei amar!