A palavra “Purgatório” não se
encontra na Escritura Sagrada. Existe a sua realidade no Antigo e no Novo
Testamento e na Tradição.
Definição de Purgatório: é um
estado transitório de purificação. É o estágio em que as almas dos justos
completam a purificação de suas penas devidas pelos pecados já perdoados, antes
de entrar no céu.
A existência do Purgatório se
prova pela Bíblia, pela Tradição e pela razão:
NA BÍBLIA
A) Os soldados judeus rezavam
pelos seus mortos na guerra, para que os seus pecados fossem perdoados.
“E puseram-se em oração para
implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido” (cf. 2 Macabeus 12, 42) – os
soldados mortos em combate foram encontrados segurando nas mãos objetos
consagrados aos ídolos.
“Em seguida, (Judas Macabeu) fez
uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de 10 mil dracmas, para que se
oferecesse um sacrifício pelos pecados” (cf. 2 Macabeus 12, 43-46) – Judas
Macabeu e seus soldados estavam profundamente convencidos de que podiam
libertar dos pecados os seus amigos mortos, através das orações e dos
sacrifícios.
Observação: para negar a
existência do Purgatório, dizem que os livros dos Macabeus não são inspirados.
Este é um sistema por demais simplório, pois ninguém tem condições de dizer
quais são os livros inspirados e quais não são: sabemos isso só através da
Tradição e por meio da infalibilidade da Igreja de Jesus.
B) “Todo o que falar contra o
Filho do homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não
alcançará perdão nem neste mundo nem no que há de vir” (cf. Mateus 12, 31-32).
Aqui Jesus admite a possibilidade de que as penas dos pecados podem ser
perdoados depois da morte.
C) “Se a obra de alguém se
extinguir, sofrerá a perda. Ele mesmo, porém, será salvo, mas passando de
qualquer maneira pelo fogo” (cf. 1 Cor 3, 15). Aqui São Paulo admite claramente
que aquele cujas obras forem imperfeitas no momento da morte se salvará, mas
primeiro deverá passar pelo Purgatório para se purificar.
NA TRADIÇÃO
Toda a Tradição, os túmulos, as
catacumbas, a doutrina dos primeiros padres da Igreja, atestam a existência do
Purgatório: “Uma vez por ano oferecemos os sacrifícios pelos mortos, como se
fosse o seu dia de aniversário” (Tertuliano, 160-240). “Deus no meu coração, te
peço pelos pecados de minha mãe” (Santo Agostinho, livro 9, capítulo 13).
Nos túmulos dos primeiros
cristãos, lê-se hoje: “Lembrai-vos de nós nas vossas orações, nós que morremos
antes de vós.”
Continuemos rezando pelos nossos
mortos, pedindo a Deus que lhes dê descanso e paz eterna. É o melhor que
podemos fazer por aqueles que nos ensinaram muitas coisas na vida.
Padre Sebastião Carmo Pereira
Pároco da Paróquia São José – Conselheiro Pena/MG
Adaptado do livro A Igreja do Deus vivo – pp. 37-38 – Frei
Battistini – Editora Vozes