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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

POR QUE REZAR PELOS MORTOS?


A existência do Purgatório se prova pela Bíblia, pela Tradição e pela razão.

A palavra “Purgatório” não se encontra na Escritura Sagrada. Existe a sua realidade no Antigo e no Novo Testamento e na Tradição.

Definição de Purgatório: é um estado transitório de purificação. É o estágio em que as almas dos justos completam a purificação de suas penas devidas pelos pecados já perdoados, antes de entrar no céu.

A existência do Purgatório se prova pela Bíblia, pela Tradição e pela razão:

NA BÍBLIA

A) Os soldados judeus rezavam pelos seus mortos na guerra, para que os seus pecados fossem perdoados.

“E puseram-se em oração para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido” (cf. 2 Macabeus 12, 42) – os soldados mortos em combate foram encontrados segurando nas mãos objetos consagrados aos ídolos.

“Em seguida, (Judas Macabeu) fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de 10 mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados” (cf. 2 Macabeus 12, 43-46) – Judas Macabeu e seus soldados estavam profundamente convencidos de que podiam libertar dos pecados os seus amigos mortos, através das orações e dos sacrifícios.

Observação: para negar a existência do Purgatório, dizem que os livros dos Macabeus não são inspirados. Este é um sistema por demais simplório, pois ninguém tem condições de dizer quais são os livros inspirados e quais não são: sabemos isso só através da Tradição e por meio da infalibilidade da Igreja de Jesus.

B) “Todo o que falar contra o Filho do homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste mundo nem no que há de vir” (cf. Mateus 12, 31-32). Aqui Jesus admite a possibilidade de que as penas dos pecados podem ser perdoados depois da morte.

C) “Se a obra de alguém se extinguir, sofrerá a perda. Ele mesmo, porém, será salvo, mas passando de qualquer maneira pelo fogo” (cf. 1 Cor 3, 15). Aqui São Paulo admite claramente que aquele cujas obras forem imperfeitas no momento da morte se salvará, mas primeiro deverá passar pelo Purgatório para se purificar.

NA TRADIÇÃO

Toda a Tradição, os túmulos, as catacumbas, a doutrina dos primeiros padres da Igreja, atestam a existência do Purgatório: “Uma vez por ano oferecemos os sacrifícios pelos mortos, como se fosse o seu dia de aniversário” (Tertuliano, 160-240). “Deus no meu coração, te peço pelos pecados de minha mãe” (Santo Agostinho, livro 9, capítulo 13).

Nos túmulos dos primeiros cristãos, lê-se hoje: “Lembrai-vos de nós nas vossas orações, nós que morremos antes de vós.”

Continuemos rezando pelos nossos mortos, pedindo a Deus que lhes dê descanso e paz eterna. É o melhor que podemos fazer por aqueles que nos ensinaram muitas coisas na vida.

Padre Sebastião Carmo Pereira

Pároco da Paróquia São José – Conselheiro Pena/MG

Adaptado do livro A Igreja do Deus vivo – pp. 37-38 – Frei Battistini – Editora Vozes