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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Como era o noivado de origem Judaica?


Em hebraico é chamado Kiddushin. Era o compromisso de casamento feito pelos dois contraentes diante de duas testemunhas. Esse compromisso já era considerado um casamento legal. Os noivos tinham o prazo de um ano para passarem a morar juntos. Se durante o tempo de noivado nascessem filhos, esses filhos eram considerados como legítimos, porém o ato sexual entre os noivos neste período constituía um pecado.
No tempo oportuno era feita uma grande festa nupcial e, somente então, a noiva passava a morar na casa do noivo. Com tal cerimônia, o casamento era considerado civilmente completo, legalmente constituído. Havia solene ritual público e comunitário para a celebração.

Comentário: A ideia de abandono de Maria por José é compreensível diante do acontecimento. Antes de passarem a morar juntos, ou seja, antes da cerimônia solene da festa nupcial, Maria já estava grávida. De um lado, José a julgava mulher virtuosa e pura, por ser ele um homem justo, conforme diz o texto sagrado. De outro lado, havia o problema da gravidez dela, pois o filho não era dele. De acordo com a lei, ele deveria denunciá-la perante a sociedade, e ela seria apedrejada (Deu 22, 13-21). Diante disso, José que não queria acusar Maria porque sabia de suas virtudes, resolveu então deixá-la secretamente, sem acusá-la, o que a livraria da pena de morte.
Nesse tempo ocorre a intervenção de Deus, que o evangelista descreve por meio do gênero literário dos "sonhos", no qual deus lhe revela que "o que nela foi gerado vem do Espírito Santo" (Mat 1, 19-20). Ele entende e aceita a paternidade legal de Jesus.


Conclusão:
Significado positivo
Se a profissão da virgindade de Maria não implica menosprezo do matrimônio e do legítimo consórcio marital, pergunta-se: por que Deus, autor da instituição matrimonial, não quis que seu filho, feito homem, nascesse no mundo por via do consórcio marital? Em resposta explicamos: o filho de Maria virgem é verdadeiro homem; seu nascimento virginal não lhe mutila a natureza humana mas não é apenas verdadeiro homem: ele também é verdadeiro Deus, e, como tal, assinalado pelo seu modo de nascer. Modo portentoso. Deus Pai quis que o Salvador fosse dado ao mundo por natividade virginal. Esse desígnio deve ser entendido como desígnio de proporcionar aos homens um sinal ou símbolo que:

a) A Salvação do gênero humano é algo totalmente gratuito; ela não se deve "Nem à vontade da carne, nem à vontade do homem" mas devido ao amor de Deus por nós;
b) Se Jesus tivesse tido irmãos carnais, pensar-se-ia que esses irmãos também seriam deuses, causando o politeísmo e heresia.
c) O matrimônio é monogâmico. Ora, se Maria tivesse tido filhos de outrem que não o Espírito Santo, seu Divino esposo, isso seria uma aberração, semelhante ao adultério. Esposa do Divino Espírito Santo uma vez, Maria devia se conservar sua esposa fiel sempre.
d) Deus recriou o homem depois de haver assumido a dor e a morte da criatura, apresentou ao mundo Jesus Cristo ressuscitado. Nascimento virginal e ressurreição corporal estão intimamente associados entre si;
e) Jesus no Evangelho diz que, após a ressurreição dos mortos já não haverá consórcio marital conforme Mat 22, 30: "Com efeito, na ressurreição nem eles se casam e nem elas se dão em casamento, mas são todos como os anjos no céu." Ora, a conceição virginal de Jesus é um reflexo antecipado desse estado de coisas definitivas;
f) Na virgindade de Maria torna-se claro o fato de que Deus pode assumir totalmente alguém para o seu serviço, isso acontece também hoje, nos tempos atuais, por exemplo: Freiras, Padres etc. e a virgindade física de Maria é o sinal de sua total entrega de Espírito a Deus. Mas sem a entrega interior de Maria, sua virgindade biológica, não teria sentido. Vê-se, pois, que a virgindade de Maria na sagrada escritura, é um fato, e um fato prenhe de mensagem. Sem mensagem para nós, o fato da virgindade seria brutal ou antinatural. Sem o fato da virgindade física, a mensagem seria abstrata, teórica ou mesmo vazia. O fato da virgindade de Maria e o significado da mesma são inseparáveis um do outro.
g) Em última análise, nem a filosofia nem a ciência hoje estão aptas a afirmar ou negar que Maria tenha sido virgem perpétua, é somente a fé que o afirma; e é somente na fé que se professa tal verdade. A Fé, sem dúvida, baseada no testemunho da palavra de Deus escrita e oral, é indiscutível!