O que é uma imagem?
De acordo com o Dicionário Miniaurélio
Eletrônico versão 5.12:
Substantivo feminino.
1.Representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de
objeto.
2.Representação plástica de Cristo, da Virgem, dum santo, etc.
3.Estampa que representa assunto ou motivo religioso.
4.Reprodução de pessoa ou de objeto numa superfície refletora.
5.Representação mental dum objeto, impressão, etc.; lembrança,
recordação.
6.Representação cinematográfica ou televisionada, de pessoa, animal,
objeto, cena, etc.
Ainda de acordo com o mesmo
dicionário Ídolo é:
Substantivo masculino.
1.Estátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa.
2.Objeto em que se julga habitar um espírito, e por isso venerado.
3.Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivos.
A diferença é perceptível, não há
como fabricar uma suposta relação entre os substantivos. São coisas diferentes.
O próprio dicionário já elucida.
A imagem é uma representação, uma
referência, uma foto, uma estampa, uma imagem que remete a algo, a alguma coisa
ou alguém.
Trago em minha carteira fotos de
minhas filhas. Quando estou longe de minha casa e olho para estas fotos me
sinto mais próximo delas, a saudade ameniza, mas tenho a completa consciência
de que estes pedaços de papel não são as minhas filhas, mas uma representação
fotográfica delas. Se alguém me pergunta onde estão minhas filhas respondo que
estão em casa; não digo que estão na minha carteira. Foi compreensível?
A mesma coisa ocorre quando olho
para uma imagem de Nossa Senhora de Fátima em minha comunidade, ou de Santo Antônio
na Matriz. Eu sei perfeitamente que não
são deuses, como também sei que não os próprios santos, que são estátuas de
gesso. Mas estas imagens me remetem a Deus, me aproxima d’Ele. Ao olhar para
estas imagens lembro-me do Sim de
Maria, me lembro que Antônio anunciou a Palavra de Deus ao mundo, doou-se para
Deus. É um exemplo a ser seguido.
Como não confundo minhas filhas
reais com uma foto, da mesma forma não confundo as imagens dos santos com Deus.
Mas alguém pode perguntar: o que
significa então a passagem de Êxodo, cap. 20, versículo 4?
Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos
céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.
Eu pergunto também: no mesmo livro (Êxodo) no capítulo 25,
versículos 18 ao 20, o que é dito?
Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas
extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a
formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão esses querubins suas
asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão
a face inclinada.
O que dizer de Números 21, 8-9?
e o Senhor disse a Moisés: “Faze para ti uma serpente ardente e mete-a
sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.” Moisés
fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era
mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida.
I Reis 6, 2
O templo que o rei Salomão edificou ao Senhor tinha sessenta côvados de
comprimento, vinte de largura e trinta de altura.
I Reis 6, 23-35
Fez no santuário dois querubins de pau de oliveira, que tinham dez
côvados de altura. Cada uma das asas dos querubins tinha cinco côvados, o que
fazia dez côvados da extremidade de uma asa à extremidade da outra. O segundo querubim
tinha também dez côvados; os dois tinham a mesma forma e as mesmas dimensões.
Um e outro tinham dez côvados de altura. Revestiu também de ouro os querubins.
Mandou esculpir em relevo em todas as paredes da casa, ao redor, no santuário
como no templo, querubins, palmas e flores abertas. Cobriu de ouro o pavimento
do edifício, tanto o do santuário como o do templo. Pôs à porta do santuário
vigas de pau de oliveira; o seu enquadramento com as ombreiras ocupava a quinta
parte da parede. Nos dois batentes de pau de oliveira mandou esculpir
querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu-as de ouro; cobriu de ouro
tanto os querubins como as palmas. Para a porta do templo fez vigas de pau de
oliveira que ocupavam a quarta parte da parede, bem como dois batentes de
madeira de cipreste, sendo cada batente formado de duas folhas móveis. Mandou
esculpir nelas querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu tudo de ouro,
ajustado às esculturas.
I Reis 7, 29
Nos painéis enquadrados de molduras, havia leões, bois e querubins,
assim como nas travessas igualmente. Por cima e por baixo dos leões e dos bois
pendiam grinaldas em forma de festões.
O que disse João a respeito do Filho
do Homem? Vamos ler Jo 3, 14:
Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o
Filho do Homem.
Então construir imagens é ou não
idolatria? Então há contradição entre as palavras e as ações de Deus? Diz uma
coisa em determinada passagem da Bíblia e depois diz outra coisa diferente em
outra situação?
Claro que não. O importante é que
leiamos as passagens em seu contexto. Não adentremos no erro de tirar as
passagens de seu verdadeiro contexto.
Conforme reza a tradição, o próprio
evangelista São Lucas pintou um quadro de Nossa Senhora. O quadro de N. Sra. do Monte Claro é cópia
fiel da pintura feita pelo evangelista São Lucas. Ora, seria São Lucas um
idólatra?
As imagens não há nada nenhuma
virtude ou algo que seja divino. Também não é amuleto. Os Católicos não acreditam nem colocam suas
esperanças nestas imagens. Mas o culto a elas dedicado remete diretamente
aquilo que representam, o próprio Cristo.
Ao vermos as imagens, pintadas ou
esculpidas, podemos meditar sobre a vida destes santos homens e santas mulheres
que se doaram a Deus. Para um analfabeto que, obviamente, não pode ler as
palavras contidas na Bíblia, haveria melhor descrição da Paixão de Cristo, do
que olhar para um crucifixo na parede de uma Igreja? E quando ele olha para um
São Sebastião crivado de flechas? Será que ele não é direcionado para o
Evangelho defendido por aquele santo homem?
E como passar o conteúdo do
Evangelho de geração em geração em uma época em que a maioria da população era
analfabeta e, como a imprensa ainda não tinha sido inventada, os livros eram manuscritos,
logo limitados? Será que a transmissão do cristianismo não foi beneficiada pela
exposição de pinturas e estátuas preservadas pela Igreja?
Todos os sinais da celebração litúrgica são relativos a Cristo: são-no também
as imagens sacras da santa mãe de Deus e dos santos. Significam o Cristo que e
glorificado neles. Manifestam "a nuvem de testemunhas" (Hb 12,1) que
continuam a participar da salvação do mundo e as quais estamos unidos,
sobretudo na celebração sacramental. Por meio de seus ícones, revela-se a nossa
fé o homem criado "a imagem de Deus" e transfigurado "a sua semelhança",
assim como os anjos, também recapitulados em Cristo:
Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e
da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espirito Santo
que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas
imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas
pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser
colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras,
sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso
Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima
mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos. (CIC
1161)
Foram os próprios primeiros cristãos
que pintaram nas catacumbas imagens bíblicas e legaram para as gerações a
toalha de Verônica e o Santo Sudário. A Igreja preservou, desde os tempos dos
apóstolos, ainda preserva e sempre preservará a doutrina de Cristo.
A iconografia cristã transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a
Sagrada Escritura transmite pela palavra. Imagem e palavra iluminam-se
mutuamente:
Para proferir sucintamente nossa profissão de fé, conservamos todas as
tradições da Igreja, escritas ou não-escritas, que nos tem sido transmitidas
sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda
com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade e não na
aparência, o Verbo de Deus se fez homem, o que é também útil e proveitoso, pois
as coisas que se iluminam mutuamente tem sem dúvida um significado reciproco.
(CIC 1160)
Então pensemos: se a Bíblia foi
oferecida ao mundo por esta mesma Igreja Católica, então qual o motivo dela não
alterar passagens em que há condenação da fabricação de imagens? A Igreja
poderia considerar não sagrado o Livro da Sabedoria (da mesma forma que os
protestantes o eliminaram de sua Bíblia) por condenar a idolatria e assim não o
incorporar ao cânon sagrado.
Mais um exemplo da Bíblia para ficar
bem claro a diferença entre ídolos e imagens:
e o Senhor disse a Moisés: “Faze para ti uma serpente ardente e mete-a
sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.” Moisés
fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era
mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida.
(Nm 21, 8-9)
Foi o Senhor quem mandou
confeccionar a serpente de bronze, não foi uma invenção de Moisés. Esta imagem
da cobra esteve a serviço de Deus que assim demonstrou seu amor pelo povo de
Israel, abençoando-o.
Porém, a seguir leremos em II Reis
18, 1-4:
No terceiro ano do reinado de Oséias, filho de Ela, rei de Israel,
Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá, começou a reinar. Tinha vinte e cinco
anos quando subiu ao trono, e reinou durante vinte e nove anos em Jerusalém.
Sua mãe chamava-se Abi, filha de Zacarias. Fez o que é bom aos olhos do Senhor,
como Davi, seu pai. Destruiu os lugares altos, quebrou as estelas e cortou os
ídolos de pau asserás. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito,
porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela.
(Chamavam-na Nehustã).
Ora, como pode Ezequias destruir a
própria imagem que Deus mandou Moisés fazer? A resposta não é complicada. Porque
desvirtuaram o seu uso. Enquanto era imagem servia para o serviço de Deus, era
fonte de bênçãos. Quando passaram a idolatrá-la, quando transformaram a imagem
em objeto de adoração Deus a condenou. Passaram a dar a imagem o culto que
pertence apenas a Deus. E isto está errado.
Quando a imagem passa a roubar o espaço, a adoração que deve ser
destinada a Deus transforma-se em idolatria.
No contexto bíblico (Ex 20, 4) a
condenação da fabricação de imagens deve-se ao fato de que o povo judeu,
influenciado pelos costumes dos egípcios, dedicar-se à idolatria. Os povos
pagãos construíam seus deuses e a eles adoravam.
Acredito que já estamos entendendo
que o errado não é fazer imagens, mas o uso que se faz desta imagem. Existem
pessoas que afirmam categoricamente que a Bíblia proíbe fazer imagens e que só
Deus permite esta confecção. Mas onde está tal regra?
Errado é achar que um bezerro feito
de ouro é um deus. Isto, sim, é idolatria. Leiamos Êxodo 32, 3-8:
Tiraram todos os brincos de ouro que tinham nas orelhas e trouxeram-nos
a Aarão,o qual, tomando-os em suas mãos, pôs o ouro em um molde e fez dele um
bezerro de metal fundido. Então exclamaram: “Eis, ó Israel, o teu Deus que te
tirou do Egito.” Aarão, vendo isso, construiu um altar diante dele e exclamou:
“Amanhã haverá uma festa em honra do Senhor.” No dia seguinte pela manhã,
ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos. O povo assentou-se para comer e
beber, e depois levantaram-se para se divertir. O Senhor disse a Moisés: “Vai, desce,
porque se corrompeu o povo que tiraste do Egito. Desviaram-se depressa do
caminho que lhes prescrevi; fizeram para si um bezerro de metal fundido,
prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: eis, ó Israel,
o teu Deus que te tirou do Egito.
De acordo com Rafael RODRIGUES, “analisando o texto no hebraico encontraremos
a palavra “פֶסֶל֙ ” (fessel ou pecel), essa palavra não significa “imagens
de escultura” e sim “ídolos”. (Deus
proibiu a fabricação de Imagens? Apologistas Católicos. Disponível em:
<http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/imagens/524-deus-proibiu-a-fabricacao-de-imagens>.
Desde 06/06/2012).
Fica claro que Deus condena a
idolatria, mas não abomina a confecção de imagens, quando esta se coloca a
serviço da evangelização. Porém, quando se transforma em objeto de adoração,
ocupando o lugar de Deus, vira idolatria, isto sim, condenável.
Uma das razões das interpretações
erradas que se dão aos textos bíblicos são as leituras apressadas, sem levar em
conta o contexto, a época, os costumes, a cultura dos envolvidos. Até traduções
tendenciosas prejudicam o bom entendimento da Palavra. Pessoas
mal-intencionadas pinçam passagens isoladas, versículos retirados de seu
contexto para defender teses insustentáveis e influenciar pessoas pouco
informadas. Devemos sempre ler o que está antes e depois destas passagens
isoladas para entendermos o que realmente pretende dizer determinado texto.
Uma passagem bíblica que sustenta o
fato de que Deus proibiu a idolatria e não a fabricação de imagens está em
Josué 24, 14:
Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com toda a retidão e fidelidade.
Tirai os deuses que serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi o
Senhor.
Para sustentar ainda mais esta
afirmação leiamos Ezequiel 8, 9-10:
Aproxima-te, diz ele, e contempla as horríveis abominações a que se
entregam aqui. Fui até ali para olhar: enxerguei aí toda espécie de imagens de
répteis e de animais imundos e, pintados em volta da parede, todos os ídolos da
casa de Israel.
Deus proibiu adoração a ídolos e
estas passagens revelam claramente esta condenação. Repetindo: devemos ler a
Bíblia dentro de seu contexto e não apenas versículos isolados, passagens
pescadas dentro de livros e deturpar suas intenções, forçando interpretações.
Deus proíbe que se façam ídolos? SIM! Mas Deus proíbe
que se confeccionem as imagens? A resposta é NÃO!
Logo não há incoerência nem na Bíblia nem na Igreja
Católica sobre este tema. A incoerência parte de quem interpreta de forma
errada a Sagrada Escritura.
"A beleza e a cor das imagens estimulam minha oração. É uma festa
para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a
dar gloria a Deus." A contemplação dos ícones santos, associada a
meditação da Palavra de Deus e ao canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia
dos sinais da celebração para que o mistério celebrado se grave na memória do
coração e se exprima em seguida na vida nova dos fieis. (CIC 1162)
Nunca na história da Igreja‚ um
teólogo católico defendeu que um santo fosse Deus. Nenhum católico adora santos
ou quaisquer imagens. O respeito que temos com os católicos e com todos os
santos vem da fé que temos na ressurreição, na comunhão dos santos.
E o Catecismo da Igreja Católica acrescenta e ensina:
No parágrafo 2112: O primeiro mandamento condena o politeísmo.
Exige que o homem não acredite em outros deuses afora Deus, que não venere
outras divindades afora a única. A escritura lembra constantemente esta
rejeição de "ídolos, ouro e prata, obras das mãos dos homens", os
quais "tem boca e não falam, tem olhos e não veem..." Esses ídolos
vãos tornam as pessoas vãs: "Como eles serão os que o fabricaram e quem
quer que ponha neles a sua fé" (Sl 115,4-5.8). Deus, pelo contrário, é o
"Deus vivo" (Jo 3,10) que faz viver e intervém na história.
No parágrafo 2113: A idolatria não diz respeito somente aos
falsos cultos do paganismo. Ela e uma tentação constante da fé. Consiste em divinizar
o que nãoée Deus. Existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a
uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou de demônios (por
exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos antepassados, do
Estado, do dinheiro etc. "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro",
diz Jesus (Mt 6,24). Numerosos mártires morreram por não adorar "a
Besta", recusando-se ate a simular seu culto. A idolatria nega o senhorio
exclusivo de Deus; e, portanto, incompatível com a comunhão divina.
No parágrafo 1723 há uma citação:
A riqueza é o grande deus atual; a ela prestam homenagem instintiva a
multidão e toda a massa dos homens. Medem a felicidade pelo tamanho da fortuna
e, segundo a. fortuna, medem também a honradez... Tudo isto provem da convicção
de que, tendo riqueza, tudo se consegue. A riqueza é, pois, um dos ídolos
atuais, da mesma forma que a fama... A fama, o fato de alguém ser conhecido e
fazer estardalhaço na sociedade (o que poderíamos chamar de notoriedade da
imprensa), chegou a ser considerada um bem em si mesma, um sumo bem, um objeto,
também ela, de verdadeira veneração. (Newman, Mix., 5, sobre a
santidade).
No parágrafo 2114 a Igreja Católica
alerta sobre a idolatria:
A vida humana unifica-se na adoração do Único. O mandamento de adorar o
único Senhor simplifica o homem e o livra de uma dispersão infinita. A
idolatria é uma perversão do sentimento religioso inato do homem. O idólatra é
aquele que "refere a qualquer coisa que não seja Deus a sua indestrutível noção
de Deus".
O parágrafo 2132 explica o culto
cristão das imagens:
O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que
proíbe os ídolos. De fato, "a hora prestada a uma imagem se dirige ao
modelo Original”, e "quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está
pintada”. A honra prestada as santas imagens é uma "veneração
respeitosa", e não uma adoração, que só compete a Deus: O culto da
religião não se dirige as imagens em si como realidades, mas as considera em
seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento
que se dirige a imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a
realidade da qual e imagem.
Após esta bela explicação da própria
Igreja Católica Apostólica Romana, através do CIC, julgo não mais ser
necessária nenhuma outra explicação para dirimir de uma vez por todas esta
falsa polêmica criada pelos inimigos da Santa Igreja, que, por falta de
virtudes em suas igrejas, buscam alucinadamente denegrir a Igreja de Cristo.
Adorar a Deus é, no respeito e na
submissão absoluta, reconhecer "o nada da criatura", que não existe a
não ser por Deus. Adorar a Deus e, como Maria no Magnificat, louvá-lo,
exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez
grandes coisas e que seu nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem
de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.
(CIC 2097)