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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Todos os papas: 9 – Santo Higino (Mártir – 136 a 140)

Oitavo sucessor de Pedro. Na relação dos papas feita por São Irineu no século II, Higino (Hyginus, em latim), é o de número nove. Sua memória foi introduzida tardiamente na história da Igreja, mais precisamente a partir do século XII, mas sua existência está devidamente comprovada e isenta de qualquer contestação.
Igualmente às demais biografias dos primeiros papas, ocorrem divergências em relação a algumas datas e informações sobre o santo, como, por exemplo, se realmente ele foi martirizado e se era um filósofo. Alguns historiadores afirmam que sua santidade provém de outros méritos, mas não decorrente do martírio. Estas dúvidas podem ser creditadas à coincidência de seu nome com alguns autores latinos da época. Mas a Igreja o considera um mártir.
Santo Higino nasceu em Atenas (Grécia) e era filho de um filósofo, cuja nacionalidade e genealogia são desconhecidas. Assumiu a cátedra de Pedro, sucedendo a Telésforo, no período do reinado do imperador Antonino Pio.
Seu pontificado durou quatro anos, três meses e oito dias e foi muito atribulado, devido às perseguições infligidas aos cristãos e aos ataques de hereges gnósticos que resolveram enfrentar abertamente a Igreja de Roma.
Devido a um decreto do imperador Adriano, ser e confessar-se cristão já não era mais motivo de condenação, era necessária uma violação da lei para merecer uma punição. Porém, no reinado de Antonino Pio esta determinação legal foi ignorada e recrudesceu a perseguição aos cristãos.
Alguns inimigos da Igreja acreditavam que os cristãos eram feiticeiros, sendo os responsáveis pelos flagelos que sofriam. A partir desta conclusão passaram a atacá-los, achando que o sacrifício de cristãos estava agradando aos seus deuses e ídolos.
Além disso, havia os adversários que perceberam que, com a crescente difusão dos princípios do cristianismo, a adoração dos seus deuses e ídolos pagãos estava fadada à decadência. Em reação ao crescimento da sã doutrina, eles tentavam semear a discórdia entre os seguidores de Cristo com novas doutrinas.
Praticamente  todos  os  inimigos declarados da Santa Religião de Cristo, já haviam estabelecido-se em Roma a  fim de envenenar a fonte da doutrina evangélica e por isto, chegaram eles a fazer progressos.  Usando de diversas modalidades e  artifícios,  por trás de uma máscara de piedade, conseguiram arrastar adeptos que deixaram-se emaranhar nas malhas do erro e da perdição. (http://www.paginaoriente.com/)
Santo Higino teve que combater um movimento gnóstico liderado por Valentino e Cerdo. Nesta ação contou com o auxílio de um filósofo convertido, Justino. Este movimento era uma mistura de doutrinas e práticas religiosas com filosofia e mistérios, cujo princípio fundamental era haver uma fé comum que seria suficiente aos incultos, mas que existiria uma ciência reservada aos doutores que ofereceria a explicação filosófica da fé comum. (www.dec.ufcg.edu.br)
Estes dois líderes foram excomungados pelo papa que se esforçou ao máximo para preservar a doutrina cristã de qualquer influência malévola. Outro heresiarca, também excomungado por Santo Higino, foi Marcião que colaborou e enriqueceu as heresias de seu mestre Cerdo. Não se sabe ao certo quantas excomunhões o papa realizou no combate aos inimigos da Igreja. Enfrentando o inimigo o papa Higino conseguiu muitas vitórias e, principalmente, o retorno de muitos cristãos para a Igreja.
Cumprindo o dever de fortalecer a Santa Igreja Higino também realizou ações no sentido de melhor estruturá-la. Existem relatos de que ele estabeleceu a hierarquia da Igreja, ordenando cada um dos graus eclesiásticos e as suas respectivas funções, além de implantar regulamentos visando manter uma ordem disciplinar. Esta hierarquia já existia desde os apóstolos, mas o violento assédio contra os cristãos ocasionou um certo relaxamento na observação desta regulamentação. O papel de Higino foi aperfeiçoar o que já existia e estabelecer funções para cada nível eclesiástico.
Emitiu ainda diversos decretos estabelecendo normas referentes à celebração do Santo Sacrifício, disciplinando a realização dos ritos e cerimônias. Também criou as figuras dos padrinhos e madrinhas no sacramento do Batismo.
Em sua gestão exigiu que não podiam erguer ou demolir igrejas sem a autorização formal dos bispos responsáveis e, por sua determinação, na consagração de novos templos, fosse celebrado o sacrifício da Santa Missa. Também vetou a utilização e/ou cessão para usos profanos de qualquer coisa que se relacionasse com o culto divino. Também instituiu as ordens menores para melhorar o serviço da Igreja e a preparação para o sacerdócio, mediante uma aproximação progressiva aos Santos Mistérios.
Em seu pontificado, por três oportunidades, nos meses de dezembro, ordenou quinze presbíteros, cinco diáconos e  sete bispos para diferentes igrejas. 
Não se tem conhecimento exato sobre a causa de sua morte, mas o Livro dos Pontífices e o Martirológio Romano afirmam que Higino sofreu o martírio em Roma no dia 11 de janeiro do ano 140 dC durante a dura perseguição de Antonino Pio e que foi sepultado próximo à tumba de São Pedro no Vaticano. Seu sucessor foi São Pio I.
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