A mídia desempenha um papel fundamental no compartilhamento de informações, sejam elas de qualquer área. Deve-se à mídia a autoria de diversas denúncias de corrupção nesta e em outras gestões governamentais; deve-se á mídia descobrir as verdadeiras intenções de declarações de guerra; a autoria dos atentados terrorista; saber quem é o campeão do campeonato de futebol na Namíbia e outras tantas informações transmitidas em tempo real pela TV, rádio, internet e tantas outras formas de divulgação.
Porém estas informações estão todas misturadas na mesma página informativa, no mesmo bloco de notícias, espalhadas no mesmo programa que tanto fala de receitas culinárias e de notícias sobre a última descoberta da física quântica. Os meios de comunicação jogam as informações e o consumidor escolhe o que deve absorver ou não.
O problema: com o excesso de informações geradas e com pouco tempo livre, o homem moderno termina por optar aquilo que é mais fácil de absorver, a leitura mais fácil, com poucos parágrafos pequenos e que não vai exigir muito do raciocínio. Mais um componente para a equação: na ânsia de segurar o consumidor em seu canal ou página da internet ou outro veículo qualquer, os meios de comunicação buscam novidades freneticamente, pois estão em jogo milhões de reais e a ganância dos investidores. Quanto mais audiência maior retorno para os anunciantes.
Uma das coisas que a mídia descobriu foi que o público consumidor tem uma curiosidade voraz sobre a vida de celebridades (e pseudo-celebridades). O sucesso dos reality-shows comprova isto. E isto é material de fácil digestão, pois não exige raciocínio, o conteúdo é de fácil compreensão (pois não tem o que compreender) e se encaixa no rótulo “entretenimento”.
Para atender a esta sede do público começaram a fuçar a vida de pessoas famosas e aí surgiram revistas especializadas em divulgar as intimidades delas, com a devida cumplicidade, claro. São foto$ e mais foto$ de celebridades em trajes de banho, em poses cinematográficas e cenários idem, com sorrisos de plástico estampados na cara, mostrando em artificialidade natural, ou em naturalidade artificial: “como é feliz minha família” e “vejam, eu sou um sucesso”. Não importa se a família feliz estará desfeita dentro de semanas.
Não contentes em apenas fotografar tiveram uma ideia ainda pior: colocaram as celebridades para falar.
Mas a criatividade destes produtores vai além: além de falarem, começaram a dar entrevistas sobre o que não entendem; falam sobre tudo e sobre todos. Não sabem nada sobre o que estão dando palpites, mas comparecem sorridentes em diversos talk shows. É só abrirem a boca e percebemos que o entendimento deles sobre o assunto é ZERO. É um achômetro em alta velocidade, rajadas de besteiras. São centenas de milhares de sites, blogs, revistas, programas de rádio e TV dedicados a este festival de imbecilidades.
A rede Globo vem de novo, outra vez, novamente, com o famigerado BBB, cada ano pior. Tem quem goste, claro. As pessoas gastam horas e horas discutindo o problema dos outros enquanto se esquecem de seus problemas. Deixam de lado sua vida e passam a viver a vida dos integrantes do programa; e isso é triste.
Mas o ruim é que começam a tratar os integrantes como “heróis” (do Bial) e a população embarca nessa. Então lá vem entrevista com o eliminado do dia: o que ele acha da crise na Europa? Quem será o candidato a prefeito da capital? O real será valorizado com esta nova crise? Que perfume você usa para dormir? Qual sua comida preferida? Manteiga ou margarina?
No dia 09 de janeiro de 2012 deu-se destaque em vários veículos de comunicação a declaração do astro pop Justin Bieber, que afirma orgulhosamente que, para ser cristão, não se é necessário ir à igreja.
Ele, em entrevistas anteriores, como a realizada para a Associated Press, já se havia declarado cristão, afirmando que “Sou cristão, creio em Deus e creio que Jesus morreu numa cruz por meus pecados. Creio que tenho uma relação com Ele, que posso conversar com Ele e que Ele é, realmente, a razão pela qual estou aqui", (...) Tenho a obrigação de plantar pequenas sementes entre os meus fãs. Não vou pressionar nem manipular a ninguém, mas ao final de um show sempre digo: Deus ama vocês!".
Mas em publicação no Portal Terra (Fuxico) ele resolveu embolar o meio de campo: "Muitas pessoas vão à igreja apenas por ir. Não julgo, mas não preciso ir à igreja para me concentrar para rezar e conversar com Deus. O importante é que eu acredito", afirmou o cantor. Continua ele, segundo o Fuxico: "Muitas pessoas que são religiosas se perdem. Elas vão à igreja apenas para ir à igreja. Não as estou desrespeitando, mas para mim, o foco é a oração e falar com Ele. Não preciso ir à igreja para isso."
Este e outros sites afirmam que ele expressa publicamente a sua religiosidade tatuando imagens de Cristo em seu corpo, como a mais recente, feita na panturrilha.
Claro está que ele não vai mesmo à igreja, senão saberia que tatuar o corpo é uma agressão ao templo de Cristo. Esta declaração do astro teen, de que não precisa de igreja, é mais uma prova de que muitos abrem a boca para falar daquilo que não sabe e não entende. Voltarei a este assunto em outra postagem.
Mas uma declaração desta tem um efeito devastador na formação cristã de muitos jovens, que tem em seus ídolos um espelho, modelo para a formação de sua personalidade.
Como diz Padre Zezinho em sua música “De Lá do Interior”:
Sei que a televisão
O rádio e o jornal
Convencem mais cabeças
Do que o padre lá no altar.
O rádio e o jornal
Convencem mais cabeças
Do que o padre lá no altar.
A influência exercida por programas como BBB, A Fazenda, muitas novelas (ou todas, atualmente) e declarações de “celebridades”, é enorme e deve ser motivo de diálogo em cada lar. O envolvimento com drogas e prostituição de muitos artistas jovens deve acender o sinal vermelho das famílias, que tem o compromisso de alertar seus filhos sobre este comportamento degradante.
As emissoras têm razão quando afirmam que não se deve censurar programas, que as próprias emissoras têm um controle de conteúdo de acordo com os horários de transmissão. Tenho minhas dúvidas quanto a isso, mas concordo, também, que os principais controles da programação são, além do controle remoto, o controle dos pais. Os pais não devem renunciar, jamais, à obrigação de controlar o que o filho vê na TV, escuta nas rádios, o que acessa na internet e os CD/DVDs que compram.
Mas os pais atentos podem reverter as consequências desta enxurrada abusiva de declarações irresponsáveis e dos conteúdos nocivos da programação da TV, além dos conteúdos sem controle da internet, conversando com seus filhos e apontando o que deve ser aproveitado e o que deve ser rejeitado, já que não podemos nos isolar em uma redoma.
Conversando com seus filhos tudo pode ser esclarecido. Bem, se souberem do que estão falando..