"Jazia no presépio Aquele que
contém o mundo; era uma criança que não sabia falar, aquele que era a Palavra.
Aquele que não cabe nos céus, era levado no seio de uma mulher. Esta regia
nosso Rei; era portadora daquele em quem somos; amamentava aquele que é nosso
Pão. A Verdade que está no seio do Pai, nasce da terra, para que estivesse
também no seio da mãe. A Verdade na qual está contido o mundo, nasceu da terra,
para que fosse carregada pelas mãos de uma mulher. A Verdade com a qual é
alimentada incorruptivelmente a beatitude dos anjos, nasceu da terra, para que
fosse amamentada por seios de carne.
Aquele que no seio do Pai
precedeu todos os espaços dos séculos, é o mesmo que nascendo de uma mãe entra
hoje no correr dos anos. É feito homem o autor do homem, para ser alimentado no
peito o que governa os astros; para que o Pão tivesse fome, para que a Fonte
tivesse sede, para que a Luz dormisse, para que o Caminho se cansasse ao
caminhar…" (Santo Agostinho, Sermões 185 e 191).