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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Como os apóstolos transmitiam os ensinamentos?

Após Jesus Cristo enviar os apóstolos para anunciar a Boa Nova ao mundo inteiro eles se animaram e pregaram a todos os que encontraram.

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. (Mc 16, 15)

Mas de que forma estes apóstolos transmitiam estes ensinamentos? Esta dúvida é natural porque eles não tinham uma Bíblia para auxiliar nesta tarefa. Os apóstolos narravam a vida de Jesus Cristo e repassavam a mensagem por Ele deixada através de palavra, de forma oral. Eles falavam para os seus discípulos o que tinham presenciado e/ou o que outros cristãos tinham ouvido ou presenciado.

Ou será que João, Thiago ou qualquer outro apóstolo lia a Bíblia para os seus seguidores? Claro que não.

Os apóstolos não eram fisicamente eternos, um dia morreriam. Mas os seus testemunhos não poderiam morrer com eles, então teriam que registrar suas lembranças. Deus os inspirou a escrever o que tinham visto, ouvido e o que aprenderam com o Mestre. Então vieram os Evangelhos, as Cartas, enfim, o Novo Testamento, como o conhecemos hoje.


Então a transmissão da Boa Nova se fez de forma oral e de forma escrita:
- oralmente - "pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das sugestões do Espírito Santo";
- por escrito - "como também por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação" (CIC, §76)

Nem tudo o que Jesus Cristo fez ou falou ficou registrado. Assim como nem tudo que foi registrado por escrito foi testemunhado ocularmente. Alguém ouviu a narrativa e a registrou. Paulo, Lucas e Marcos não integravam o grupo dos doze Apóstolos, mas seus escritos são de grande importância para a Igreja.

Marcos foi discípulo de Pedro; Lucas foi discípulo de Paulo. Eles certamente foram fortemente influenciados pela visão de seus mestres e influenciaram outros discípulos.

Isto é a Tradição: a transmissão de ensinamentos que vem sendo realizada por todos estes séculos, de geração em geração.

“Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles “transmitindo seu próprio encargo de Magistério." Com efeito, "a pregação apostólica, que e expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão continua até a consumação dos tempos”. (CIC §77)

A Tradição e a Bíblia são Palavra de Deus.

A Tradição indicou os textos sagrados que compõem a Bíblia e, ainda hoje, define os critérios para sua leitura e compreensão. Poe seu lado, a Sagrada Escritura é a âncora que dá segurança para que a Tradição se mantenha fiel a Jesus Cristo. (Sou Católico. Vivo a Minha Fé. Pág. 34. CNBB)

"Elas estão entre si estreitamente unidas e comunicantes. Pois, promanando ambas da mesma fonte divina, formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim." Tanto uma como outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer com os seus "todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,20). (CIC §80)

A Tradição compreende os ensinamentos dos apóstolos (tanto dos 12 escolhidos por Jesus Cristo e de outros) e dos primeiros cristãos que foram transmitidos por meio de Símbolos ou Profissões de fé, o Credo. Também os Santos Padres da Igreja, os Doutores da Igreja, através de seus escritos transmitiram importantíssimas contribuições para solidificar a nossa fé e dos ritos da Santa Liturgia.

Tudo isso foi previamente falado, transmitido de forma oral, e, posteriormente, é que registrado pela escrita. Jesus Cristo nada registrou por escrito, todo seu ensinamento foi realizado oralmente.

É facilmente perceptível que se o ensino escrito fosse realmente o exclusivo, Jesus e todos os apóstolos teriam tido primeiro a preocupação de escrever e depois pregar a Palavra oralmente. Mas aconteceu o contrário. Logo é impossível ser a Escritura a única regra de fé. É claro que se a Escritura fosse a única autoridade de fé, Jesus não deixaria de ele mesmo escrever sua doutrina. É claro também que todos os apóstolos escreveriam, não apenas alguns, como aconteceu. E ainda mais: acharia que Paulo escreveria cartas para pequenas comunidades em vez de escrever para todos os cristãos? A Escritura, então, não é, nem pode realmente ser a única regra de fé. (Professor Evaldo Gomes)

A própria sola scriptura não se sustenta. Se a Bíblia é realmente a única fonte de fé e autoridade para o cristão, qual a passagem bíblica que afirma isso?

Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa. (2Ts 2,15)

Fontes Pesquisadas:
www.catequisar.com.br/
Catecismo da Igreja Católica (CIC)
Sou Católico. Vivo a Minha Fé. CNBB. 2007
www.programafalandodefe.com.br

http://www.bibliacatolica.com.br/01/60/2.php