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O Papa dedicou sua catequese na audiência geral desta quarta-feira - diante de 6 mil pessoas na Sala Paulo VI - à oração de Jesus na Cruz, baseando sua análise no relato do Evangelho de São Lucas.
Bento XVI comentou que Jesus, no momento da morte, entrega-se totalmente às mãos de Deus-Pai e nos comunica a certeza de que, “por mais duras que sejam as provas, difíceis os problemas, árduo o sofrimento, não cairemos jamais fora das mãos de Deus”.
Segundo as palavras de Jesus, os homens que o crucificam não sabem o que fazem. “Ao pedir ao Pai que perdoe seus algozes – explicou o Papa, prosseguindo – Jesus nos convida ao difícil gesto de rezar por aqueles que nos ofenderam ou prejudicaram sabendo perdoar sempre, a fim de que a luz de Deus possa iluminar seus corações. Isto é, Jesus nos exorta a viver, em nossas orações, a mesma atitude de misericórdia e de amor que Deus tem conosco”.
Bento XVI observou também que “a oração de Jesus diante da morte é dramática, assim como o é para todo homem, mas é permeada pela calma profunda que nasce da confiança no Pai e no desejo de se abandonar totalmente a Ele”.Em seu resumo em português, o Papa disse:
“Queridos irmãos e irmãs,
O Evangelho de São Lucas nos transmite três palavras de Jesus na Cruz. A primeira é um pedido de perdão para os seus algozes: "Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem". Deste modo, Jesus cumpre aquilo que ensinara no Sermão da Montanha: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam". A segunda palavra de Jesus na Cruz é a resposta ao pedido do “bom ladrão”, um dos homens que estavam crucificados com Ele: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". Jesus está ciente de entrar diretamente na comunhão com o Pai e de abrir de novo ao homem a estrada para o Paraíso de Deus. A última palavra de Jesus é um grito de derradeira entrega a Deus, num ato de total abandono: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito". Ao colocar-Se inteiramente nas mãos do Pai, Jesus nos comunica a certeza de que por mais duras que sejam as provas, jamais nos encontraremos fora das mãos de Deus, as mesmas que nos criaram, sustentaram e acompanham no caminho da vida, com um amor infinito e fiel.
Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis brasileiros vindos de Curitiba, a quem exorto a aprender do exemplo da oração de Jesus, uma oração cheia de serena confiança e firme esperança no Pai do Céu, que nunca nos abandona. Que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem! Ide em paz!”
Dentre os italianos presentes, hoje havia uma delegação da Associação Nacional de Famílias Numerosas, a quem o Papa disse que “no atual contexto social, os núcleos familiares com muitos filhos constituem um testemunho de fé, de coragem e de otimismo, porque sem filhos não existe futuro”.
“Espero que sejam promovidos novos subsídios sociais e legislativos para a tutela e o apoio das famílias mais numerosas, que são uma riqueza e uma esperança para todo o país”.
Papa Ratzinger também saudou especialmente o grupo liderado pelo Cardeal Stanislaw Dziwisz, que está em Roma para lhe apresentar uma cópia da Porta Santa da Basílica de São Pedro a ser colocada no museu do Beato João Paulo II, em Wadowice.
Wadowice é a cidade natal do Papa Wojtyla, de quem o atual arcebispo de Cracóvia, Cardeal Dziwisz, foi secretário por cerca de 40 anos.